
Foto: GD Chaves
É oficial. Filipe Martins é o novo treinador do GD Chaves, escolhido pela administração da SAD para lutar pelo regresso à Primeira Liga em 2025/2026. O timoneiro estava há semanas na cidade e já prepara a nova época, mas só foi confirmado agora.
O técnico chega ao Municipal com créditos firmados no futebol português, tanto na Segunda Liga como no principal campeonato, num currículo que faz dele uma aposta séria para se conseguir fazer mais e melhor.
O que podem esperar os adeptos flavienses do novo timoneiro? É o que vamos responder.
O perfil: Quem é Filipe Martins?
Nascido na Amadora em 1978, Filipe Martins entrou no futebol enquanto jogador nas escolas do Estrela da Amadora, tendo chegado a fazer uns jogos na equipa principal.
Depois da Reboleira, o defesa passou pelo Estoril, Oriental, Câmara de Lobos, Atlético e Odivelas. Ainda regressou uma época ao Estrela, então à beira da falência, até terminar a carreira no Pêro Pinheiro.
Pendurou as chuteiras aos 33 anos para arrancar a carreira de treinador.
A carreira: Dos infantis à Primeira Liga
Filipe Martins começou por baixo, nos infantis do modesto Belas, em Lisboa, e pelos juniores do Real Sport Clube, uma boa escola de jogadores.
Em Massamá recebeu os primeiros holofotes de prestígio ao pegar na equipa principal e levá-la a uma inesperada subida à Segunda Liga. Nos campeonatos profissionais teve nas mãos um prodígio chamas Carlos Vinícius, que foi o melhor marcador da época, mas não impediu a descida do Real.
Filipe Martins rumou depois a Mafra, onde fez uma bela época até dar o salto para a Primeira Liga ao serviço do Feirense, mas não impediu a inevitável descida de divisão dos fogaceiros já aflitos e de onde viria a sair já na éooca seguinte com pouco sucesso.
Voltou a Lisboa para comandar o Casa Pia, a sua Magnus Opus. Em quatro épocas conseguiu tudo: levou a equipa a uma impensável subida à Primeira Liga, estabeleceu-a em grande nível no topo do futebol português e por ali passaram jogadores de peso, como Jota Silva, agora a jogar no Nottingham Forest de Inglaterra.
Viria a sair na quarta época nos gansos, já com algum desgaste. Voltou para casa, ao Estrela da Amadora, mas não foi feliz, saindo após apenas seis jogos. Aproveitou para ir à China, onde esteve pouco tempo.
Agora volta a Portugal com o desafio de levar o GD Chaves de regresso ao topo do futebol nacional.
A tática: Regresso à linha de três defesas
A escolha de Filipe Martins deverá significar um regresso da tática do momento: o 3-4-3, que já tinha sido usado por Moreno. Um sistema que o treinador utilizou, com muito sucesso, no Casa Pia, variando entre ter dois extremos ou dois pontas-de-lança.
Na altura, usava um onze com o experiente guarda-redes Ricardo Baptista na baliza, uma linha de três defesas com os experienres Vasco Fernandes e Fernando Varela, além de Zolotic. Lucas Soares e Leonardo Lelo nas alas. Afonso Taira e Ângelo Neto a segurar o meio-campo.
O ataque era mortífero, com Godwin, Clayton e Rafael Martins a serem a máquina de golos da equipa.
Para jogar nesta disposição, o Desportivo de Chaves terá de se reforçar no mercado de transferências. Desde já, há uma saída esperada: Vasco Fernandes, experiente defesa que tinha saído do Casa Pia após um conflito disciplinar com o próprio Filipe Martins.
Por outro lado, pode ser uma boa notícia para os jovens da equipa B. Durante esta época que acabou em subida ao Campeonato de Portugal, jogaram nesse mesmo sistema tático, estando habituados àquilo que o novo treinador deve pedir.
Atenção que nem sempre jogou assim, preferindo algo próximo de um 4-2-3-1 na curta passagem pelo Estrela da Amadora. Dado o insucesso pela Reboleira, será quase certo um regresso às origens.