Foto: GD Chaves
O GD Chaves, o clube, entrega todos os anos 70% das quotas dos sócios à SAD, apesar de ter apenas uma parte minoritária da sociedade, segundo consta no consta no protocolo entre as duas instituições de 2023, a que a Comunidade Azul-Grená teve acesso.
Segundo a cláusula 11.ª, o pagamento é feito como “compensação do privilégio dos associados” na compra dos bilhetes, dado que os sócios têm um desconto nos ingressos para os jogos da equipa principal.
Mas há mais: o clube, criado em 1949 e que gere as camadas jovens e modalidades, recebe apenas 5% da faturação (sem IVA) da venda de equipamentos e acessórios na loja oficial, com a grande maioria do bolo a ficar para a SAD.
Da parte da sociedade, criada em 2013 e detida em 90% pela família Carvalho, é paga a quantia de 30 mil euros ao clube por cada época na Segunda Liga, de forma a que a sociedade (que gere o futebol profissional) ter o direito de usar o emblema do Grupo Desportivo de Chaves. O valor que sobe para 50 mil euros se a equipa principal chegar à Primeira Liga e cai para uns modestos mil euros se cair para os campeonatos não-profissionais.
Isto significa que grande parte das potenciais fontes de receita do clube acabam canalizadas para a SAD, apesar do Grupo Desportivo de Chaves ter apenas 10% da sociedade, o mínimo permitido por lei. Esta percentagem só é rentabilizada se vier a empresa vier a ser vendida.
Estádio Municipal cedido durante 20 anos à SAD pelo GD Chaves
Quanto às instalações, o estádio é o marco mais importante do clube, apesar de não ser propriedade deste. O Desportivo tem, através de um protocolo com a Câmara Municipal de Chaves, o direito de utilização do mítico palco transmontano. Esse direito é cedido à SAD durante 20 anos, que por sua vez fica responsável pelo pagamento das contas e da manutenção do relvado.
Quanto ao complexo desportivo, que pertence à sociedade, é cedido às equipas da formação flaviense. Qualquer quebra deste acordo obriga o clube a indemnizar a SAD, consta no documento.
Nova bancada e campos de treinos custam 4 milhões de euros
A bancada do topo sul, reconstruída em 2017, foi paga pela SAD, que desembolsou dois milhões de euros para construir a nova estrutura, com capacidade para 3 mil lugares e espaço para escritórios e a loja oficial.
Quanto ao complexo desportivo, construído no ano seguinte, também custou 2 milhões de euros. A sociedade explicou que a obra foi feita para “colmatar a falta de infraestruturas desportivas do clube”, já que o “campo sintético existente no estádio não cumpria os requisitos dos campeonatos nacionais.”
Assembleia Geral com sócios no dia 6 de março
A direção do GD Chaves irá reunir com os sócios a 6 de março para a Assembleia Geral.
A reunião magna está agendada para as 20h00, agora a acontecer no Cineteatro Bento Martins, no edifício Nova Iorque, junto ao Monumento, que tem o dobro da capacidade do auditório GATAT, onde costumava ser realizada.
Na ordem do dia está a apresentação, discussão e votação do Relatório e Contas da época passada e respetivo parecer do Conselho Fiscal.
Haverá ainda espaço para informações, numa altura em que existem negociações para eventuais mudanças na SAD do Desportivo.
