Estávamos em agosto de 2009. Uma tarde de verão, daquelas tórridas em Trás-os-Montes, batizava o regresso do Desportivo de Chaves à Segunda Liga. Com reforços sonantes como Castanheira, Lameirão ou Eduardo, parecia que vinha aí um ano bom para os flavienses. E foi com essa motivação que cheguei pela primeira vez à porta do Municipal.
De cartão na mão, passei os torniquetes da coberta, ao lado de 1452 camaradas flavienses, e deparei-me com a estrondosa vista do estádio, anos antes da torre de imprensa cortar parte da paisagem. Com batatas fritas e uma coca-cola ao lado, fomos ao futebol.
Chaves e Feirense saíram dos túneis de acesso ao relvado, na altura um em cada ponta da bancada descoberta, para um jogo combativo mas com poucas oportunidades. De memória recordo-me de um la bola na trave por Clemente, um cabeceamento por cima de Lameirão e umas quantas bolas perdidas por Cássio Batista.
Nulo ao intervalo e aproveitei a paragem para reabastecer de coca-cola e batatas. Na ida ao bar, cruzei-me com Mbaye Diop, avançado senegalês recém-contratado pela direção de Mário Carneiro.
O momento da tarde foi para os fogaceiros: um remate estrondoso de fora da área por Hélder Cabral, a meio da segunda parte, foi indefensável para Rui Rêgo e ditou a derrota por 1-0. A resposta foi insuficiente, com algum falhanços pelo meio.
O resto é história. O treinador Ricardo Formosinho acabou despedido, o Chaves chegou a meio da época a lutar por subir mas acabou por descer, ao mesmo tempo que chegou à final da Taça de Portugal. E o fantasma da insolvência voltou ao Municipal.
Enfim, fica a memória do meu primeiro jogo no estádio. O primeiro de dezenas mais que se seguiram desde então.
– Tanev