Chaves B Atei campeonato distrital

Foto: GD Chaves

Passado o período eleitoral onde o tema da formação foi um assunto fracturante, mas que teve a virtude de o recolocar nas bocas dos adeptos, os modelos competitivos que o organigrama nacional coloca ao dispor dos clubes deve merecer também uma reflexão profunda.

Nesse sentido surge a questão: do ponto vista formativo, qual a solução mais adequada para um clube com o contexto específico do GD Chaves – apostar na formação de uma equipa de Sub-23 (competindo na Liga Revelação) ou reforçar o projeto da equipa B atual, permitindo que esta atinja um nível competitivo elevado na hierarquia das competições nacionais.

Para tal, analisemos alguns pontos positivos e negativos com que cada abordagem se pode deparar. 

Equipa sub-23 ou equipa B?

Enquanto uma equipa sub-23 é integrada num campeonato específico e exclusivo (ao qual acresce a disputa no final da temporada de uma Taça), num plano teórico, uma equipa B apenas conhece como limite competitivo o grau de sucesso da respetivo equipa principal, podendo ambicionar até, no melhor dos cenários, uma presença na Liga 2.

Quanto ao nível de competição com que se deparam, os integrantes de uma equipa de sub-23 teoricamente enfrentarão adversários de faixa etária semelhante e de evolução aproximada, enquanto uma equipa B pode ver-se frente a cenários diametralmente opostos, desde um nível mais físico, de uma distrital ou Campeonato de Portugal, ou outro mais rico técnica e taticamente, como na Liga 2.

Do ponto de vista exclusivo da formação do jogador, e num plano teórico, parece fazer mais sentido um projecto de sub-23 onde cada jogador pode concluir, nesta etapa, o seu processo de integração no futebol sénior. Por outro lado, existe uma vertente bastante discutível, transversal a quase todos os projetos de equipas B, que reside no fato de muitas vezes estas servirem também como “depósito” de elementos da equipa A, sem qualquer perspetiva futura, como medida punitiva por questões disciplinares e/ou contratuais, ou como arma de arremesso contra rivais históricos, fazendo variar o seu potencial, de jornada para jornada, tendo por base tudo menos o interesse formativo.

Sendo que nenhuma das alternativas permite a disputa da Taça de Portugal, a nível do estabelecimento de metas e objetivos finais, o fato de se poder ambicionar uma subida de escalão (acompanhada por um título nacional) talvez torne a alternativa de uma equipa secundária mais apelativa.

Centrados no contexto específico do GDC, e sendo irreal um cenário de coabitação das 2 equipas, a implementação de uma equipa de sub-23 parece que poderia ser mais interessante, uma vez que realisticamente a nossa equipa B dificilmente pode ambicionar mais do que o nível competitivo de um Campeonato de Portugal, onde o espaço para a evolução técnico tática é mais reduzido. 

A abrir-se uma oportunidade no espaço das equipas sub-23 poderia ser uma opção a ser bem ponderada…mas acima de tudo, qualquer que seja a decisão, o fundamental é que essa equipa seja sempre bem preparada, devidamente estruturada, e constantemente acompanhada pelos melhores profissionais disponíveis dentro e fora de campo…

E para vocês? Qual seria a melhor opção nesta faixa competitiva?

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