
Foto: GD Chaves
Passado um mês desde as eleições para os órgãos sociais do Grupo Desportivo de Chaves, começam a notar-se sinais visíveis de mudança — tanto no clube como na SAD.
Muito se tem dito sobre a lista B e sobre os que ousaram desafiar o “status quo”. No entanto, é inegável que a sua candidatura trouxe vitalidade ao debate e, mais importante ainda, despertou a atual estrutura para a necessidade de ação — algo que vinha fazendo falta.
Começando pelo mais visível a olho nu: a tão aguardada renovação da bancada central coberta. Finalmente substituídas as vetustas cadeiras que, durante anos, destoavam do preço elevado ali praticado. Um pequeno grande passo, e talvez a primeira prova de que o simples ato democrático pode, de facto, fazer mover estruturas paradas no tempo. Já agora, fica a sugestão: que se olhe também para os camarotes superiores. Ainda, foram anunciadas obras para a bancada central descoberta e também para o complexo desportivo Francisco Carvalho- oxalá que se cumpram!
Outro ponto a assinalar é a aparente nova postura de transparência da SAD relativamente à duração dos contratos dos jogadores. Durante demasiadas épocas, a informação era escassa ou fruto de rumores e “insiders” – o famoso “diz que disse”. Hoje, parece haver maior disposição no partilhar do que sempre deveria ter sido público: os vínculos dos ativos do Chaves. Um sinal de respeito para com os sócios e adeptos, tantas vezes deixados às escuras.
Mais recentemente, o clube anunciou — com algum alarde, e bem — novidades com a criação de vários departamentos na sua estrutura formativa: técnico, performance, fisioterapia, comunicação e imagem, administrativo, análise de jogo e uma equipa feminina. Se isto não for um reconhecimento implícito do estado paupérrimo em que a formação se encontrava, então não sei o que será. Como é que um clube que ambiciona ser referência na região pode ter passado tanto tempo sem estruturas tão básicas?
É também de saudar o renascimento da memória coletiva do clube. Durante demasiado tempo, pareceu haver uma certa indiferença em relação ao que aconteceu antes de 2011, como se a história começasse aí. A celebração dos 40 anos da primeira subida de divisão, com a dignidade que a data merecia, foi um sinal claro de que o passado mais distante também começa, finalmente, a merecer o devido reconhecimento.
Todos estes sinais — grandes ou pequenos — apontam para um facto claro: o ato eleitoral de 13 de junho não foi apenas simbólico. Foi um momento de despertar. A dúvida que permanece é se este novo fôlego será duradouro ou apenas uma reação momentânea, um sobressalto passageiro. A história o dirá. O que todos nos – sócios, adeptos e simpatizantes – desejamos, é claro: um clube em crescimento sustentado, com proximidade à massa associativa, espírito agregador e uma visão comum. Uma formação sólida, com todas as equipas nos campeonatos nacionais; uma equipa sénior consolidada na Primeira Liga; e uma abordagem verdadeiramente eclética nas modalidades. Porque um clube grande constrói-se dentro e fora das quatro linhas.
Para já, existe uma certeza: onde há democracia, há crescimento. E talvez o Chaves esteja finalmente a entender isso.
Queres ver que foi graças ao sr. Veras e à lista com os acólitos do sr. Nuno tudo Faz que se descobriu a democracia??!!