
Foto: GD Chaves
Em Mafra, o Chaves voltou a apresentar duas caras, um Chaves dominante na primeira parte que não conseguiu chegar à vantagem, deu lugar ao intervalo a uma equipa sem ideias, sem vontade e o pior de tudo.. sem ambição.
Crónica do Mafra x GD Chaves
A equipa de Marco Alves entrou algo nervosa na partida, com alguns cruzementos e remates mal medidos, e com a primeira oportunidade da partida a surgir para a equipa da casa, mas ainda nos primeiros minutos os flavienses colocaram os pés no chão, e engrenaram para uma primeira parte dominante e de boa qualidade… Faltando apenas o golo.
Com a ala direita a entender-se cada vez melhor, foi através de Aarón, Rúben Pina e com Pedro Pinho e André Ricardo a surgirem naquele espaço, que o Chaves levou mais perigo à baliza do Mafra. Boas jogadas de entendimento ora com Aarón – Pina, Aarón – Pinho, Pina – André, com várias triangulações interessantes que complicaram a vida ao lateral Kauê.
Do lado contrário Carraça apresentou-se mais ofensivo que nos últimos jogos e conseguiu também ele tirar alguns cruzamentos de qualidade. Sempre com Soro (à esquerda) e Rúben Pina (à direita) a procurar espaços interiores permitindo quer a Carraça quer a Aaron aparecerem com facilidade na linha de fundo.
O Chaves esteve muito perto do golo em várias ocasiões, com Platiny a chegar por duas vezes atrasado aos cruzamentos e a não conseguir finalizar, e também por Pina que nessas tais investidas pelo centro conseguiu espaços para remates de fora da área e até um já no interior da área que ainda tirou tinta ao poste direito da baliza dos da casa.
Ainda assim, o nulo manteve-se até ao intervalo, e no regresso dos balneários, os flavienses entraram fortes dando a parecer que iriam continuar a toada da primeira parte. Nada mais longe da realidade. Com Paulo Alves a mexer logo ao intervalo, foram os saloios quem impuseram o ritmo de jogo no tempo complementar e acabaram por obrigar o Chaves a recuar linhas e a não conseguir sair para o ataque.
Valeu aos valentes transmontanos um Vozinha que vestiu a pele de libero, e invariavelmente foi controlando a profundidade do ataque mafrense, acumulando também com boas defesas debaixo dos postes que seguraram a baliza flaviense a zeros.
Um jogo com duas partes distintas, e com duas caras da equipa de Marco Alves, se na primeira o Chaves foi dominador e poderia ter chegado a uma vantagem confortável, na segunda os flavienses instalaram-se no seu meio campo defensivo sem conseguir levar perigo à baliza adversária, muito por culpa de um banco apático e sem ambição que não soube ler o jogo.
Onzes iniciais e substituições do Mafra e GD Chaves
CD Mafra: Fraisl, Kauê, Raphael Rossi, Rodrigo Freitas, Gui Ferreira, Chriso (67′ Andreas Nibe), Diogo Capitão, Rodrigo Matos (45′ Falé), Vítor Gonçalves (78′ Valter Monteiro), Stanley Ienacho (78′ Maiga) e Friday Etim (84′ Bryan Rochez)
GD Chaves: Vozinha, Carraça, Bruno Rodrigues, Junior Pius, Aarón Romero, Pedro Pinho (73′ Tiba), Roan Wilson, André Ricardo (73′ Ktatau), Rúben Pina (66′ Wellington Carvalho), Soro (73′ Rui Gomes) e Platiny (81′ Ayongo)
Notas dos Jogadores
MVP para os seguidores da Comunidade Azul-Grená

Aarón Romero – 4: O lateral espanhol teve a dificíl tarefa de substituir um dos melhores jogadores do Chaves durante grande parte da primeira volta, e tem vindo a mostrar estar à altura com boas exibições. Hoje foi mais uma deles e esteve em destaque a defender, mas principalmente a atacar, começamos a achar que naquela troca de Aarón por Langa, foi o Almería quem ficou a perder.
Vozinha – 4: O experiente guarda-redes caboverdiano que tão criticado foi no último jogo, hoje respondeu com uma grande exibição, boas intervenções entre os postes, boas saídas no controlo da profundidade e ainda se deu ao luxo de por duas vezes fintar com sucesso dois adversários, bom jogo de Vozinha.
Bruno Rodrigues – 3: Mais discreto do que o que já nos habituou esta época, acabou por fazer um jogo tranquilo e sem comprometer.
Junior Pius – 4: Parece que as birras de queres sair já lá vão, e temos o Pius dos primeiros jogos de volta. O central nigeriano fez um jogo de excelência na defesa transmontana, com uma agressividade mais comedida conseguiu sempre desarmar o seu compatriota Etim sem recurso a faltas desnecessárias. Bom jogo do Junior, que seja para continuar.
Roan Wilson – 3: Regressou à titularidade para tapar a baixa de Pelágio, e foi como se nunca tivesse saído. Passa desapercebido durante todo o jogo, mas sempre com trabalho defensivo exemplar na ajuda dos centrais.
Pedro Pinho – 3: Jogou mais hoje do que na jornada que venceu o Homem do Jogo, boas associações com André Ricardo, Aarón e Pina, soube interpretar o jogo e apareceu para jogar.
André Ricardo – 3: O Chaves joga, o que o André quiser. Hoje não foi excepção, enquanto teve pernas, o ataque foi sempre perigoso, quando o cansaço tomou conta o Chaves desapareceu ofensivamente.
Rúben Pina – 3: Poderia-mos também colocá-lo no lote dos melhores em campo, nota-se que está com muita confiança, vai para cima dos adversários e não pensa muito na hora de alvejar a baliza adversária. O problema é mesmo esse, nem sempre tomou as melhores decisões e em alguns lances que fez remates que acabaram por ser inofensivos poderia ter combinado com os colegas. Ainda assim bom jogo do Rúben.
Soro – 3: Ainda está longe do que sabemos que pode dar à equipa, e terá de estar também mais atento ao apoio a Carraça, ainda assim o espanhol começa a dar sinais de integração.
Platiny – 2: Uma nota que nos custa dar, pois o Platiny não fez um jogo assim tão mau, contudo notou-se ainda alguma falta de velocidade que fez com que tivesse chegado sempre tarde aos cruzamentos.
Wellignton Carvalho – 1: Oxalá o Marco Alves o tivesse colocado aos 88, para dizermos apenas que não esteve muito tempo em campo. Foi a primeira substituição e o único de relevante que temos anotado foi uma jogada que conseguiu ultrapassar dois adversários e depois quando podia ter feito o passe para o companheiro que estava isolado, tomou a decisão de tentar ultrapassar mais um. A única jogada digna de registo, foi mal decidida. Além de uma lesão prolongada, Wellington tem mostrar ser mais um erro de casting.
Pedro Tiba – 2: Entrou numa altura em que o Mafra estava a dominar o jogo, e apesar dos esforços acabou por não conseguir conter as investidas dos mafrenses, talvez se tivesse entrado antes quando ainda dava tempo de segurar o adversário pudesse ter feito mais diferença no jogo.
Rui Gomes – 2: O mesmo que Tiba, entrou demasiado tarde, numa altura em que o Chaves já não existia do meio campo para a frente, foi vitima da falta de ambição do treinador.
Ktatau – 1: Há jogadores que entram e fazem a diferença, há outros que por mais que tentem e se esforcem nada sai bem, e depois há os Ktataus e os Morins que entram e ninguém entende porque. Há muito que andamos a dizer que no plantel falta um médio ofensivo, principalmente porque André Ricardo não aguenta os 90 minutos, mas parece que todos estão satisfeitos e por isso vamos tendo jogadores inconsequentes que vão entrando para fazer número.
Ayongo – 0: Entrou aos 81 minutos… sim leram bem, aos OITENTA E UM, numa altura em que o ataque do chaves já não existia há dez minutos. Não há registo de ter tocado na bola.
Marco Alves – 0: Hoje não dá para fugir. Incompreensível como se mantém Ayongo no banco até aos 81 mintuos. Incompreensível como se espera até aos 73 minutos para refrescar o meio campo. Incompreensível como a primeira subsituição chega tarde e mal (Pina por Wellington). Incompreensível como se vai à flash interview dizer “um ponto é melhor que nenhum”, jogando contra o penúltimo classificado.
Falta ambição, falta saber ler o jogo, falta impor a sua vontade na hora de trazer jogadores que fazem falta. Já elogiamos várias vezes o treinador. Mas hoje apesar de não ser uma derrota, não conseguimos ter boas palavras. Ou melhor, não podemos tecer elogios.
Esperava-se mais, mesmo muito mais, de um assumido candidato à subida, perante um adversário a lutar pela manutenção, mas que, todos nos lembramos, venceu em Chaves e de que maneira, na primeira volta do campeonato.
Mas agora a história é outra e o único resultado seria a vitória, apesar da satisfação do treinador pelo resultado alcançado. E até concordo com ele, pois foi por pouco que lá ficavam os 3 pontos.
Depois de uma primeira parte interessante, ainda que a exigir mais, vimos um segundo período decepcionante e confrangedor a roçar a vulgaridade.
Salvou-se o resultado final, afinal do agrado de quem menos se esperaria obter! Assim é difícil motivar o grupo a lutar por um objetivo traçado no início do campeonato.
Após mais uma jornada menos conseguida (isto pq os adversários diretos fizeram igual ou ainda pior), há que continuar a ter esperança, apesar dos fracos e por vezes sofríveis e parcos recursos disponíveis no plantel, para alcançar o tão almejado sucesso de subida de divisão.
E como flaviense que sou lá estarei a torcer pela vitória do Chaves na próxima jornada.
VIVA OS “VALENTES TRANSMONTANOS”.
A sad está muito contente com este projecto de treinador porque foi o mais barato que arranjaram no mercado este treinador é um autêntico banana por isso é que a sad o foi buscar. Haja vergonha.
Temos a manutenção,nem tão mal.