Enquanto a SAD do Desportivo gere uma equipa cada vez mais estruturada de futebol profissional, o clube ainda não conseguiu aumentar o leque de modalidades sob sua alçada. Porque não ambicionar um Chaves mais eclético?
Nos últimos anos o Desportivo tem evoluído imenso em todos os aspectos, desde o profissionalismo crescente da administração, à estrutura da SAD, ao trabalho das camadas jovens e ao nível de infraestruturas. Porém, é com algum desapontamento que se olha para as modalidades e vê-se um crescimento tão diminuto, principalmente num clube com mais de 6 mil sócios e que é a grande bandeira de toda uma região.
Aliás, o crescimento da SAD tem sido astronómico enquanto o crescimento do clube vai a… Conta-gotas. Sim, tem-se desenvolvido a formação no futebol, mas continua a haver desinteresse em desenvolver outras modalidades, o que restringe o crescimento do próprio clube ao apenas apontar para o trabalho das equipas de futebol jovem, deixando todos os miúdos que não gostem ou não tenham jeito para o futebol de lado e impossibilitado de representar o Chaves.
Bem sabemos que as coisas não se fazem de um dia para o outro, que as finanças do clube continuam frágeis e que a falta de infraestruturas desportivas na cidade não ajuda, mas há muitos clubes que não têm nem metade da massa associativa do Desportivo e que conseguem apresentar um leque largo de modalidades para os jovens experimentarem. Um clube com a grandeza que o Chaves tem é quase obrigado a aumentar as suas modalidades para ter o máximo possível de atletas locais a jogarem de azul-grená.
Por agora, apenas há uma equipa sénior de Futsal Feminino e duas equipas de formação (Iniciados e Juvenis) de Andebol Feminino, o que é extremamente pouco para um clube com tanta história. Como é que, numa cidade que organiza anualmente vários torneios de voleibol, o grande clube local ainda não tentou aproveitar esse talento e criar equipas de formação nessa modalidade? Ou como é que não se avançou com equipas de Futsal, já que o objetivo do Futebol Profissional só será alcançado por um nicho extremamente reduzido, pelo que seria bom ter jovens a saltar para um desporto de pavilhão? Ou como é que não se evoluiu a estrutura da formação do Andebol Feminino?
Aqui entra outra questão: a equipa satélite. Neste momento, a equipa secundária do Desportivo está sob alçada do clube e, assim, entra no rol de gastos desta instituição, gerida com o dinheiro das quotas dos associados. Quer por isto dizer que tanto a equipa técnica, como os cerca de 15 jogadores sem contrato profissional entram diretamente no orçamento do clube. Como a ideia duma equipa satélite é bastante limitadora, acredita-se que no futuro a SAD passe a receber por completo todo o plantel e equipa técnica para a sua alçada, faltando saber se como uma equipa B ou como uma equipa sub-23.
Posto isto, e assim que a equipa satélite deixasse de ser um fardo do clube, podia e devia-se avançar para a criação de um departamento para as modalidades mais profissionalizado e completo, pelo menos ao nível de formação e com um crescimento sustentado, começando com dois ou três escalões jovens e evoluindo-se de acordo com o amadurecimento dos jovens.
O sucesso não cai do céu, mas seria importante lutar por expandir o nome do Grupo Desportivo de Chaves para mais campos, pavilhões e quadras, tornando o clube numa potência desportiva na região e não apenas numa força futebolística. Aguardamos ansiosamente por ver progressos a este nível.