Três anos depois, o Desportivo de Chaves vai regressar ao estádio da Luz, um terreno onde nunca venceu, mas onde já fez a vida negra ao Benfica. Recuamos até 1976 para a primeira deslocação à capital para jogar na casa – a antiga – dos lisboetas, em jogo para a Taça de Portugal.
Flavienses fazem a festa na bancada
Era uma quarta-feira à noite, dia frio, já perto da passagem de ano. Os benfiquistas acorreram em pouco número, dado o horário e o adversário do terceiro escalão, o Desportivo de Chaves do lado transmontano, foram muitos os flavienses que foram à Luz aproveitar uma das poucas ocasiões para ver o clube da terra.
Os Valentes Transmontanos fizeram boa figura e deixaram o Benfica em sentido, mesmo que o técnico John Mortimore tenha feito poucas mudanças: José Henrique, Pietra, Eurico Gomes, Shéu, Chalana ou José Luís foram titulares nos lisboetas.
Eliminação do GD Chaves só com… golo fantasma
Com o Desportivo a lutar para manter o 0-0 no marcador, o momento-chave surgiu aos 75 minutos: canto para a área, cabeceamento de José Luís e Branco a cortar a bola por cima da barra, ainda a tocar no travessão. Só que o árbitro assistente deu indicação de golo e estava feito o 1-0. Um erro que deixou os flavienses em polvorosa.
Jogadores a protestarem com o árbitro, adeptos do GD Chaves a fazer a vida negra ao assistente e só a polícia evitava malss maiores. Ainda assim, a multidão tentou invadir o campo, em momentos de grande tensão. Mas nada havia a fazer e os Valentes Transmontanos foram eliminados por 1-0 pelo Benfica. No dia a seguir, o jornal A Bola escrevia que “só o fiscal de linha sabe se o Benfica ganhou mesmo”.
O autor do golo, José Luís, até tem ligações ao Desportivo de Chaves: o irmão Jorge Silva foi um jogador que se destacou ao serviço dos flavienses nos anos 80, enquanto o pai, Manuel Jorge, chegou a passar pelo Municipal.