Vem aí um jogo grande em Trás-os-Montes, com o GD Chaves a receber o Sporting de Braga. Não fosse já dificil o suficiente defrontar o 3.° classificado da Primeira Liga, eis que a SAD decidiu vender duas bancadas aos adeptos adversário… outra vez.
Não bastava dar os lugares habituais do topo norte ao Braga (como seria habitual), também a bancada descoberta vai ficar cheia de adversário. Devem ser mais de 2100 adeptos bracarenses, que vão tornar mais difícil a tarefa ao Desportivo.
Pior ainda: sócios detentores de passe na descoberta vão ter de ir para outra bancada, para ceder o lugar aos que vêm de fora. “Ah, mas as outras bancadas são melhores”, não interessa, é ali que os adeptos vão todos os jogos para ver os Valentes Transmontanos.
Estamos a dar obstáculos a nós próprios por alguns milhares de euros, dinheiro que até poderia entrar de qualquer forma se houvesse uma boa casa. Ainda para mais com o GD Chaves a estar numa boa fase e com a manutenção praticamente garantida.
E não é a primeira vez que se oferece um tamanho absurdo da lotação daquela que deveria ser a nossa fortaleza ao adversário. Como não esquecer aquela decisiva meia-final da Taça de Portugal com o Vitória SC, que alguém achou por bem dar metade da lotação aos vimaranenses.
A justificação de “eles também nos deram mais bilhetes” menos sentido faz, quando estamos a falar de estádios com 30 mil lugares, em vez do “pequeno” Municipal, onde só cabem 8400.
Mais, a bancada destinada aos visitantes já tem muitos mais lugares que os que deveriam ser destinados ao adversário: a lei dita um mínimo de 5%, enquanto o GD Chaves dá um topo com mais de mil lugares.
Dificultamos a vida a nós próprios, numa embaraçosa falta de respeito para com sócios e adeptos. Não podemos continuar a cair nestes erros, de dar a oportunidade dos outros dominarem na nossa casa.
O Municipal é a nossa fortaleza e não pode estar à venda ao maior licitador.