Fonte: GD Chaves

Fonte: GD Chaves

 

Com o regresso à Primeira Liga, chega a altura do GD Chaves pensar no futuro da formação e, para isso, uma equipa secundária é obrigatória. Esta época voltámos a ter o acordo com o Pedras Salgadas, o que permitiu dar espaço a alguns jogadores menos utilizados, mas será que esse modelo de equipa satélite tem futuro?

 

As alternativas passam pela criação de uma equipa B (como já aconteceu no passado) ou então entrar no interessante mas recente campeonato sub-23: a Liga Revelação. Seja qual for o modelo para o futuro do Desportivo, há altos e baixos a medir. Mas é um passo necessário para os flavienses voltarem a formar jogadores de Primeira.

 

Equipa B

Fonte: GD Chaves

 

O modelo mais utilizado em Portugal e bastante parecido com aquele que se chegou a ter com a equipa satélite do GD Chaves. Permite que os jovens que saiam das camadas jovens ganhem experiência a jogar contra equipas seniores, em campeonatos competitivos. Também torna possível que jogadores da equipa principal tenham onde ganhar ritmo de jogo, seja no regresso de uma longa lesão, ou para quem tem pouco espaço no Chaves. Também permite que o desenvolvimento dos jogadores seja melhor monitorizado, com o treinador escolhido a dedo pela estrutura, com os jogadores a jogarem nas posições que devem estar e até certos talentos terem o tempo de jogo necessário para singrarem.

 

Por outro lado, é um plano que vai levar vários anos até carburar. Desde logo porque teria de começar na distrital, o que significa que durante uma ou duas temporadas os jogadores estariam no muito pouco competitivo campeonato da AF Vila Real. Além disso, representa um investimento avultado, já que ter duas equipas não sai barato, mesmo que seja nas divisões inferiores. Posto isto, os primeiros anos da equipa B seriam pouco apelativos na atração de talentos e, pior, levaria a que vários jogadores das camadas jovens estejam num patamar demasiado baixo no início da carreira.

 

Vantagens – Jogadores ganham experiência contra equipas seniores, possível dar ritmo de jogo a menos usados/regressados de lesão, maior controlo sobre o desenvolvimento dos jogadores

 

Desvantagens – Começo nas distritais, investimento avultado, pouco apelativo nos primeiros anos

 

Equipa Satélite

 

Fonte: GD Chaves

 

Apesar dos nomes serem confusos, este modelo é aquele utilizado pelo GD Chaves esta época com o Pedras Salgadas. Basicamente, consiste num acordo com um outro clube, que permite o envio de jogadores para a equipa satélite sem se tratar de um empréstimo tradicional. Isto permite uma maior rodagem de jogadores (como vimos no último ano). Com uma equipa satélite, os jovens ganham experiência contra seniores, num patamar competitivo interessante como é o Campeonato de Portugal. Em comparação com os outros modelos, representa um investimento muito mais baixo, além de abrir portas aos menos utilizados para ganharem ritmo. Esta abertura permitiu que, por exemplo, o guarda-redes suplente Samu não passasse uma época no banco, mas crescesse com ritmo competitivo.

 

Porém, há desvantagens neste modelo, já que não há controlo sobre os jogadores e na forma como vão jogar. É certo que com Gustavo Souza este ponto se desvaneceu um pouco, mas uma mudança técnica poderia meter os planos de desenvolvimento de certos jogadores por água abaixo. Outro problema será os jovens crescerem longe dos próprios adeptos, já que os jogos são fora de Chaves, o que afasta a conexão com a massa associativa. Por fim, pode representar um problema financeiro, já que os direitos de formação seriam repartidos com a equipa satélite, o que poderia fazer com que parte do dinheiro de grandes vendas não parasse no Desportivo.

 

Vantagens – ganham experiência contra equipas sénior, investimento mais aceitável, menos usados ganham ritmo

 

Desvantagens – Sem controlo sobre os jogadores, direitos de formação repartidos com outro clube, equipa joga fora de Chaves

 

Equipa Sub-23

 

Juniores vencem o Amarante por 6-3
Fonte: GD Chaves

 

O modelo mais recente e que até tem tido sucesso em algumas equipas, especialmente no bicampeão Estoril Praia. Uma equipa sub-23 permite os jogadores saídos das camadas jovens competirem numa prova que sirva de ponte com a equipa principal. Desta forma, os jovens da formação ganham espaço para competir num campeonato que dá espaço aos jogadores para crescerem e mostrarem o próprio valor. Além de um extra: os jogos têm transmissão televisiva no Canal 11, o que seria um “docinho” para os adeptos flavienses espalhados pelo mundo.

 

Porém, o campeonato ainda é muito recente e a competitividade é, sem dúvida, menos que uma prova sénior, o que faz com que o desenvolvimento dos jogadores seja mais limitado. Além disso, representará um investimento nas infraestruturas por parte do GD Chaves: é que a bancada do campo de treinos não tem as condições mínimas (500 lugares, cobertura, espaço para imprensa, etc.) e seriam necessárias obras no complexo. Por fim, ainda é uma incerteza o que acontecerá com esta prova, depois de equipas históricas como Vitória SC terem acabado com esta equipa e outras como o Sporting estarem com a mesma ideia.

 

Vantagens – Espaço para jovens da formação, transmissão televisiva, possibilidade de evoluírem após as camadas jovens

 

Desvantagens – pouca competitividade, investimento nas infraestruturas, incógnita sobre o futuro da prova

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