Desportivo saiu goleado no Municipal pelos portuenses, num jogo em que o ataque foi traído por uma defesa permeável e desorientada.
Só meia equipa do Chaves apareceu no relvado do Municipal para defrontar o FC Porto. Num jogo que já se previa difícil, os comandados de Tiago Fernandes ainda procuraram jogar olhos nos olhos contra uma equipa portuense que não mostrou grande futebol, mas a passividade da defesa levou a uma goleada evitável e onde os azuis-e-brancos nem precisaram de pôr o pé no acelerador para a alcançar.
Tiago Fernandes apostou num ambicioso 4-4-2, com o reforço Costinha a aparecer na ala direita enquanto Nuno André Coelho fazia dupla com Maras no centro da defesa, além de Lionn na lateral direita. Os primeiros 25 minutos mostraram um Porto amorfo e a ter dificuldades para aguentar a bola, com vários passes disparatados e a permitir que o Desportivo pressionasse, não surpreendendo ninguém que a primeira oportunidade fosse do conjunto azul-grená, com Luther Singh a atirar para defesa incompleta de Casillas e William por pouco a não conseguir a recarga. Na primeira vez que conseguiu fazer algo com pés e cabeça no ataque, o Porto chegou mesmo ao golo quando, após um canto, a bola sobrou para Soares desviar para o fundo das redes, com Nuno André Coelho a ver jogar. O Desportivo foi à procura da resposta e Luther Singh, o grande motor ofensivo flaviense, rematou de longe para uma defesa extraordinária de Casillas. Porém, foram mesmo os forasteiros a aumentar a vantagem já perto do intervalo, com a defesa a ver Marega a chegar à bola perto da linha de fundo e a cruzar para o meio da área, com NAC novamente a dormir em serviço e Soares a bisar, perante alguma passividade de Maras.
Na segunda parte a defesa do Chaves mostrou-se ainda pior e, com o Porto embalado pela vantagem de dois golos, os adeptos flavienses penaram com o “ver jogar” da linha defensiva, não surpreendendo ninguém o terceiro golo portuense, fruto de mais uma soneca da linha mais recuada: Cruzamento para a área do Chaves, Corona aparece sozinho a oferecer o hat-trick a Soares, também ele completamente desmarcado, com NAC outra vez a dormir e Maras a mostrar uma passividade incomum. Ainda houve tempo para o Desportivo reduzir a desvantagem através de um penálti convertido por Bruno Gallo, mas logo voltaram os azuis-e-brancos a aproveitar a falta de qualidade de Nuno André Coelho: Militão faz um passe longo desde o seu meio-campo, a bola sobra para Andrade que tem tempo para tudo dada a incapacidade do central do Chaves e, já depois de António Filipe ultrapassado, é mesmo NAC a fazer o auto-golo. Uma cereja no topo do bolo de uma exibição paupérrima.
O Desportivo de Chaves fica, assim, mais uma jornada no último lugar da Liga NOS, numa goleada perfeitamente evitável contra um FC Porto de serviços mínimos, que deixa os adeptos a rezarem para que Nemanja Calasan seja realmente bom.