Pai de jogador ameaça treinador da formação do GD Chaves

Um episódio de violência manchou a temporada das camadas jovens do GD Chaves. Um treinador dos juvenis foi intimidado e ameaçado pelo pai de um jovem jogador, acompanhado de um grupo de pessoas. Como consequência, os treinos de quinta-feira, dia 27 de março, foram cancelados pelos vários técnicos para que o clube tomasse medidas de segurança.

O caso aconteceu na semana passada: depois do filho não ser convocado para um jogo, o pai e um grupo de pessoas foram até ao campo de treinos para confrontar o treinador, que abandonou o local para evitar represálias. A polícia foi chamada às instalações do Desportivo, onde acabou por já não encontrar nenhum interveniente. Porém, devido a este episódio, o departamento de formação decidiu cancelar os treinos no dia seguinte.

O presidente do clube, Bruno Carvalho, abordou o episódio numa publicação nas redes sociais: “Bateu no fundo a postura de maus pais. Intimidar, ameaçar, insultar e provocar danos materiais a treinadores, coordenadores, diretores e outros agentes desportivos não é apenas lamentável. É uma limitação das liberdades individuais”, escreveu o líder flaviense.

Direção solidária com o treinador

O presidente do Chaves, Bruno Carvalho, explicou à Comunidade Azul-Grená que reuniu com o “grupo de trabalho, treinadores e diretores, e todos manifestaram solidariedade para com o treinador”, revelando que o pai foi avisado que “não deve interpelar qualquer treinador em relação às suas escolhas, nem atentar contra a sua integridade física e psicológica”. Já o filho foi punido com a despromoção para os iniciados, com o alerta adicional de que devem ser “respeitadas as opções do treinador desse escalão quanto às convocatórias para jogos.”

Sobre o episódio, revelou que “soube que havia ‘um pai e mais pessoas à espera de um treinador'”, tendo aconselhado o técnico dos juvenis a não ir para o estádio, enquanto o “diretor do escalão de sub-16 contactou a PSP”.

Como medida de segurança, o portão do complexo desportivo passou a ser “fechado quando estivessem a decorrer treinos”, enquanto o sintético junto ao estádio passou a ser vigiado pelos dirigentes dos escalões, além das “câmaras de vídeovigilância do estádio permitirem visualizar todo o perímetro envolvente.”

O pai do jovem atleta “comprometeu-se a não voltar a fazer o mesmo”, embora tenha referido aos dirigentes que apenas se fez acompanhar de uns amigos para verem o treino, nem tenha considerado ter intimidatório nem ameaçador.

O treinador dos juvenis já voltou aos trabalhos com o clube.

Texto atualizado às 23H56, com os esclarecimentos do presidente do clube.