Fonte: GD Chaves

Fonte: GD Chaves

 

O Desportivo de Chaves voltou a fazer história ao garantir a segunda vitória inédita em terrenos difíceis. Depois do Sporting em Alvalade, agora foi o SC Braga a cair aos pés dos Valentes Transmontanos no Minho. E muito deve ao treinador que tem no banco.

 

Vítor Campelos está a ser um verdadeiro comandante da equipa azul-grená desde que chegou ao Municipal em fevereiro de 2021. Uma era de sucesso que até levou o GD Chaves de regresso à Primeira Liga, apesar dos muitos obstáculos que tem na própria casa, onde o dinheiro nunca abundou para o técnico.

 

Desportivo de Primeira, orçamento… nem por isso

 

Vítor Campelos com Héctor Hernández, um dos reforços para esta época Fonte: GD Chaves

 

Uma análise aos jogadores que pisaram o relvado na vitória sobre o Sporting de Braga dá uma imagem tenebrosa: só dois estavam na Primeira Liga no ano passado, os restantes ou vêm das divisões inferiores (oito transitam da época passada), ou de uma época com poucos jogos no estrangeiro ou estavam livres depois do mercado fechar.

 

É visível a austeridade que se vive no seio do Desportivo, onde o orçamento é curto e o investimento vai para as soluções baratas. Daí aparecerem jogadores de divisões mais baixas, ou a contratação de jogadores experientes mas que estavam “encostados” nos clubes anteriores ou até estes negócios fora de horas, como foi o caso de Sidy Sarr e Abass, que ficaram mais em conta.

 

Com poucas soluções e cheio de desconhecidos, Vítor Campelos volta a ter um plantel desequilibrado para fazer milagres, agora com o objetivo da manutenção a estar nos pés de vários jogadores com poucas provas dadas na Primeira Liga.

 

Três épocas a esmiuçar talento

 

 

Perante a falta de investimento, a pouca preparação para vendas de última hora e a solução ser sempre a mais barata, vai valendo a qualidade do treinador, que faz “magia” pela terceira época seguida.

 

Chegou com um plantel cheio de vedetas, a jogar mau futebol e longe dos objetivos, mas conseguiu que o Desportivo ainda lutasse pela subida até à última.

 

Na época passada, recebeu uma equipa com bem menos nomes fortes que em anos anteriores e formou ali um grupo que conseguiu um enorme regresso à Primeira Liga, onde retirou o máximo de jogadores limitados ou que tinham desiludido noutras épocas, com João Teixeira, Wellington ou Paulo Vítor à cabeça.

 

Esta época, mais do mesmo: a SAD precisou de estabilizar as comtas depois de anos de maus investimentos e Vítor Campelos levou por tabela. Poucos jogadores experientes e muito menos vindos de épocas de destaque na Primeira Liga, o que deixa o treinador dependente do mesmo núcleo duro da época passada.

 

O timoneiro do futebol transmontano

 

Os comandados de Vítor Campelos estão a meio da tabela no campeonato
Vítor Campelos leva quase dois anos à frente do Desportivo Fonte: GD Chaves

 

Mas é na estratégia e no conhecimento futebolístico que Vítor Campelos se torna num membro vital do Desportivo de Chaves, como não se via desde os tempos de Luís Castro.

 

Com adversidades pela frente, consegue sempre fazer das tripas coração e está a formar o mais próximo que os flavienses tiveram de uma estrutura no futebol desde 2017/2018. Campelos pensa na formação, potencia jovens jogadores e esmiúça jogadores limitados que jogam o melhor futebol da carreira em Trás-os-Montes.

 

O treinador é o elo que transformou o Depsortivo de Chaves de uma desilusão constante para um orgulho para os adeptos. Tem as características para ser um Paco Fortes, um Manuel José ou um Sérgio Conceição dos Valentes Transmontanos. Prova disso é que em maio irá passar os 90 jogos pelos flavienses, o que o tornará no terceiro treinador com mais jogos da história azul-grená.

 

É preciso dar confiança ao treinador e rezar que não seja convencido a ir para outras paragens. É que o Chaves de Campelos é muito diferente do Chaves que víamos entre 2018 e 2021.

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