Equipa azul-grená esteve a vencer até aos 90 minutos, mas acabou por se espalhar ao comprido e sofrer dois golos em 4 minutos, somando a segunda derrota no campeonato.
Não está fácil para o Desportivo de Chaves conseguir pontuar fora de casa. Depois da goleada sofrida no Dragão, a vitória em casa deu novo alento aos transmontanos, mas a ida à Madeira passou do céu ao inferno nos minutos finais, com duas desconcentrações a ditarem a derrota flaviense.
Dominar nos 90 minutos, perder nos descontos
No geral, a exibição do Chaves foi bastante agradável, com uma primeira parte de sentido único, mas com dificuldades no último passe para o ataque azul-grená. Avto esteve menos ativo no ataque, mas compensou bem as correrias desenfreadas de Djavan, enquanto Perdigão esteve bem no cruzamento, mas sem ninguém a aparecer a finalizar.
Acabou por ser o génio escondido de William a alterar o marcador com um lance à Maradona. Recebeu a bola ainda no meio-campo do Chaves e começou uma corrida até à entrada da área, passando por dois adversários e rematando de fora da área, colocadíssimo, para o golo da jornada.
Na segunda parte o Chaves tinha a responsabilidade de manter a vantagem no marcador e conseguiu… Durante grande parte dos 90 minutos. Depois de um par de oportunidades que podiam ter levado o resultado para 0-2, principalmente com um remate de fora da área que passou um nada ao lado do poste maritimista. Daniel Ramos tentou gerir o resultado e meteu Ghazaryan, Platiny e Nuno André Coelho por Perdigão, William e Eustáquio mas nos descontos foi tudo por água abaixo.
Primeiro, Paulinho levou uma bolada na cara e ficou caído no relvado. Ainda atordoado, viu o Marítimo a pôr a bola na área e Edgar Costa driblou Maras, que ficou pregado ao relvado, e atirou sem ângulo para dentro da baliza de Ricardo, que podia e devia ter feito muito melhor nesse lance. Aos 90’ + 4, balde de água fria para os flavienses quando, após um canto, Lucas Áfrico cabeceou sem hipóteses para Ricardo e deixou o Desportivo de mãos a abanar.
Homem do Jogo
Não jogou os 90 minutos, mas pelo que fez em campo merece completamente ser o melhor em campo no relvado dos Barreiros. O golo olímpico que marcou no primeiro tempo, um dos melhores da época já, foi um hino ao futebol e que mostrou o William que os adeptos conheceram e habituaram-se na época passada.
Não só pelo golo fantástico, a forma como William usou o seu físico e posicionamento para deixar a defesa contrária em xeque e sempre aos papéis foi essencial para o Desportivo criar desequilíbrios na frente, num regresso à forma do passado do avançado brasileiro.
Apontamentos
Jogo que devia ter sido controlado mas onde se deixou os pontos ir ao ar já perto do fim, a equipa ficou aquém com as substituições do treinador. Ghazaryan acrescentou pouco à equipa, Platiny falhou em segurar os defesas adversários e Nuno André Coelho revelou-se um erro porque quebrou o coletivo, que ficou sem meio-campo ao acrescentar-se mais um central.
De resto, também se deve realçar o positivo, principalmente o facto do Chaves protagonizar um belo jogo frente a um Marítimo sempre duro de bater nos Barreiros, com bons promenores de Avto, Djavan, William e Marcão, com o central brasileiro a jogar “nas horas” e a limpar muitos dos problemas que um Maras aquém do esperado tem dado neste início de época.
Agora vem aí o Braga, um adversário sempre difícil, ainda para mais vindo de uma derrota. Mas em casa é que as equipas de Daniel Ramos mostram todo o seu esplendor.