Fonte: GD Chaves

 

Nenhum Valente Transmontano gosta de ver o Grupo Desportivo de Chaves na posição em que se encontra, é um facto. Mas será que está tudo mal na performance dos homens de Moreno?

 

Veremos com mais algum detalhe na seguinte análise, sendo que Moreno não tem influência completa nos resultados que aparecerão, pois, foi o Mister José Gomes a iniciar a época.

 

Parte 1: A Defesa

 

Fonte: GD Chaves

 

O GD Chaves tem, neste momento, 30 golos sofridos (!), o que se traduz como o pior registo das 18 equipas que disputam a Primeira Liga.

 

Neste sentido, é das equipas que mais permite remates à sua baliza, com um total de 58 remates efetuados pelos adversários ao longo destes 11 jogos. Este registo, por si só, já é um indicador a ter em atenção, no entanto, a intervenção de Hugo Souza nos remates sofridos ainda torna a questão mais preocupante.

 

O guarda-redes brasileiro tem apenas 51.7% de remates defendidos. Como era de esperar, coloca o Chaves como a equipa com pior eficácia neste capítulo.

 

No somatório das ações defensivas (Desarme + interceções), o número pode explicar o porquê do momento defensivo: é o 2.º conjunto com pior registo do campeonato e, para complementar estes dados, conta com 5 erros originaram remates adversários, o que é um mau indicador.

 

O Desportivo é a 4.º equipa com mais cartões amarelos (35) e 3.ª equipa com mais cartões vermelhos (4) atrás de Famalicão e Arouca, ambos com 5.

 

No registo dos cartões amarelo, Ygor Nogueira destaca-se ao ser o jogador com mais amarelos (6 sendo que 2 deles foram uma acumulação) e mais vermelhos (2) do campeonato num total de 11 faltas cometidas.

 

Ainda no capítulo defensivo, conta com apenas 49.2% de duelos aéreos ganhos. Mesmo tendo três “torres” e, supostamente, maior presença no jogo aéreo, ainda demonstra alguma permeabilidade nestes duelos.

 

Parte 2: O Ataque

 

Fonte: GD Chaves

 

No que ao processo ofensivo diz respeito, mais concretamente no momento de criação, o GD Chaves tem um registo de 74.2% de passes completos, registo apenas superado, pela negativa, pelo Farense.

 

Demonstra alguma falta de capacidade de construir e criar situações para partir para finalização através de jogo apoiado e por ligações, o que acaba por fazer sentido quando vemos que é das equipas do campeonato que mais utiliza o passe médio/longo, ou seja, em grande parte dos momentos, o método de construir situações até ao último terço é através de jogo direto e bolas longas.

 

Na chegada ao último terço, dá ênfase ao jogo exterior no ataque à baliza: é a 4.ª equipa com mais cruzamentos. Os laterais, neste momento de jogo, são os que possuem maior participação com João Correia a contabilizar 46 tentativas de cruzamento e Bruno Langa com 36.

 

Relativamente à fase de finalização, conta um total de 152 remates executados até ao momento, ficando apenas atrás de SC Braga, Benfica, Sporting, FC Porto e Vitória SC, respetivamente.

 

Quanto à percentagem de remates direcionados à baliza conta com um total de 36.2%, o que faz com que esteja presente no Top 5 de melhores equipas neste capítulo.

 

Até ao momento, o Desportivo conseguiu festejar 13 golos, sendo que sete deles foram apontados por Héctor.

 

Nesse sentido, para conseguir perceber a proximidade dos golos marcados aos que eram esperados nas finalizações da equipa tendo em conta a complexidade de finalização, utilizamos a métrica ‘xG’ (expected goals ou golos esperados). Aqui, contamos com um total de 12.1 xG, o que se traduz como uma das equipas com menor produção de situações de golo, com quase metade a serem criadas pelo inevitável Héctor (5.3 xG).

 

Embora tenha criado algumas situações de finalização, muito por ‘culpa’ do avançado espanhol, o Chaves acaba por ter pouca qualidade no momento de marcar, com bastantes remates executados mas um xG baixo para esse volume. Ainda assim, conta com um registo positivo no diferencial xG-Golos, tendo em conta que tem 12.1 golos esperados e 13 golos marcados.

 

Todos os dados anteriores podem criar alguma preocupação tendo em conta que o Desportivo é das equipas que mais remates faz e também é das equipas com maior percentagem de acerto na baliza, mas acaba por ser das equipas com menos golos esperados.

 

Parte 3: Comparação com os adversários

 

Fonte: Liga Portugal

 

Por fim, apresento duas tabelas onde faço uma comparação com aquilo que foi feito pelo Desportivo e a média daquilo que foi feito pelas equipas da Primeira liga, excluindo o Top 6 (Benfica, Sporting, FC Porto, SC Braga, Moreirense e Vitória SC).

 

 

Como podemos ver, a nível ofensivo há algum equilíbrio, onde os números acabam por ser próximos. Nota-se que há produtividade e qualidade na frente dos Valentes Transmontanos. No entanto, é necessário melhorar para conseguir materializar em golo o grande volume de situações que se acabar por ter.

 

Por outro lado, o grande descalabro é a nível defensivo com:

 

  • Um número elevadíssimo de golos sofridos.

 

  • Bastantes remates permitidos à baliza flaviense.

 

  • Principalmente, uma percentagem de defesa por parte de Hugo Souza extremamente baixa, onde acaba por sofrer quase 50% dos remates que os adversários conseguem enquadrar.

 

São números preocupantes mas, certamente, que o mister Moreno aproveitou esta paragem para trabalhar e melhorar estas componentes, que têm de ser alteradas urgentemente.

 

Dados feitos por João Astorga

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