Deadline Day: As saídas e entradas no Desp. Chaves em Janeiro

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O mercado chega ao fim com grandes movimentações nas últimas 24 horas. Mas terão sido mudanças de qualidade no Chaves?

 

Depois de 30 dias de mercado de transferências, onde pouco ou nada se referiu o Grupo Desportivo de Chaves, eis que chegamos ao Deadline Day e aparecem várias mudanças no plantel de uma acentada. Há coisa de dois dias até pesquisei o último mercado de inverno onde não contratámos ninguém (foi em 2003/04 já agora) para dizer que “hey, não-sei-quantos anos depois voltámos a não ter entradas em Janeiro” mas, em 24 horas, temos pano para mangas, principalmente no que toca a saídas.

 

 

Os novos Valentes Transmontanos

 

 

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Mas primeiro, falemos das entradas: No dia 31, e já no primeiro dia de Fevereiro, foram apresentados dois jogadores para reforçar o plantel – Stephen Eustáquio, comprado ao Leixões por 500 mil euros, e Hugo Basto, que chega do Arouca mas não foi inscrito a tempo. Estes dois jogadores foram, curiosamente, recomendados pela Comunidade Azul-Grená como bons reforços não só para esta época, como para o futuro. Eustáquio tem apenas 21 anos, é internacional sub-21, titularíssimo da equipa leixonense (que luta por subir à Primeira) e um dos médios com mais potencial na II Liga. Já Hugo Basto, um central de qualidade, titularíssimo do Arouca nas últimas três temporadas de Primeira Liga dos arouquenses e um dos nomes selecionados para a seleção olímpica, que disputou os Jogos Olímpicos de 2016, no Brasil.

 

 

Estas contratações são mesmo o que o Desp. Chaves precisava, não tanto para atingir os objetivos desta época, mas para o futuro. Não nos podemos esquecer que temos um dos plantéis mais velhos da Liga, só ultrapassados pelo Aves, e que o rejuvenescimento da equipa é essencial se queremos pensar no longo prazo, ainda para mais num projeto como o do Chaves que tem ambições europeias no espaço de 2 ou 3 temporadas. Com Stephen Eustáquio ficamos com o meio-campo melhorado com juventude e talento para o futuro e com Hugo Basto ficamos com uma alternativa de qualidade, relativamente jovem (o central tem apenas 24 anos) e já com uma alternativa às saídas esperadas de Domingos Duarte, que regressará ao Sporting, e Maras, que não deve resistir ao chamamento de ligas de topo na Europa, como a Bundesliga.

 

 

No entanto, o reforço mais importante acaba por ser, tal como disse Luís Castro, a recuperação de todos os lesionados de longa duração sendo que, neste momento, só Patrão está parado, já faz duas semanas. Ao lote de contratações podemos juntar, tecnicamente, João Paulo Kuspiosz, guarda-redes brasileiro que estava emprestado ao Cova da Piedade, mas que foi recambiado pelo conjunto da Margem Sul após apenas jogar dois jogos em meia época mas fica como quarto guardião em Trás-os-Montes.

 

 

As saídas de Trás-os-Montes

 

 

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Para falar das saídas não nos falta conteúdo e até podemos começar bem antes do Mercado de Transferências abrir. Do plantel que se apresentou ao adeptos em Agosto, sete já se despediram da região transmontana, mas vamos por partes.

 

 

O primeiro jogador a sair do plantel foi Foguinho, contratado no mesmo pacote de Rafael Furlan e que, sinceramente, nunca teve hipóteses de chegar sequer perto do onze inicial. Agora, saídas mais a sério só acontecer já em Dezembro com Rúben Ferreira, sempre bastante instável e com apenas seis jogos de azul-grená, a pedir a rescisão “por problemas familiares”, voltando à Madeira para jogar pelo Marítimo. Na mesma altura, o Desportivo anunciou também a rescisão com Anderson Conceição, que seguiu para os brasileiros do CRB depois de jogar dois jogos pelo Chaves.

 

 

Já em Janeiro houve mais movimentações com a saída em definitivo de Rafael Batatinha, que esteve aquém do esperado enquanto emprestado ao Gil Vicente, e seguiu de volta para o Santa Clara, mas o principal ficou mesmo para o último dia de mercado.

 

 

Nas últimas 24 horas, Wilmar Jordán foi emprestado ao Famalicão até ao final da temporada, um bom empréstimo que dá a oportunidade ao colombiano de mostrar o que vale e que ainda consegue ter o instinto matador que mostrou na Bulgária, onde foi o melhor marcador em 2013/14 e lhe valeu uma ida para a China a troco de 1,5 milhões de euros.

 

 

Já mais perto do final do dia, duas surpresas. Victor Massaia, que nunca conseguiu ser mais que quarto central neste Chaves, rumou em definitivo para o Arouca num negócio onde, suspeitamos, a contratação de Hugo Basto esteja envolvida, e, mais surpreendente, de Hamdou Elhouni, que parece ter amuado e pediu para sair, rumando para o Aves depois de época e meia de azul-grená, onde somos 28 jogos e um golo marcado enquanto emprestado pelo Benfica.

 

 

Plantel curto para o resto da época?

 

 

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A grande pergunta que todos colocam é se o plantel não fica demasiado curto quando ainda faltam 14 jornadas para o fim da temporada e a verdade é que, com uma adaptação ou outra, conseguimos colmatar a falta de, por exemplo, um quarto central se for preciso, já que tanto o Filipe Melo como o Jefferson podem recuar no terreno. No entanto, o grande problema deverá mesmo ser as alas do ataque, já que Jorginho e Perdigão não têm estado ao seu melhor nível, apesar do extremo brasileiro acusar mais falta de jogos nas pernas que dificuldades em encaixar no estilo de jogo de Luís Castro. A equipa B pode ser uma alternativa rápida para reparar alguma ausência, mas meter miúdos habituados à distrital de Vila Real (uma das piores do país, diga-se) é capaz de ser um choque grande e a qualidade desses jogadores no imediato pode não ser tão extraordinária quanto se espera dos jovens flavienses.

 

 

Resumindo, o plantel mantém um núcleo forte, temos a vantagem de não ter sofrido nenhuma razia de inverno como aconteceu na época passada e, acima de tudo, conseguimos recuperar vários jogadores lesionados para ainda serem mais valias para a equipa, evitando casos de aparecer um Vukcevic ou Felipe Lopes nos Valentes Transmontanos.

 

 

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