Criar as bases para o futuro
Primeiro, há que se ter noção que uma equipa forte não se constrói numa época. Requer um longo processo que nunca foi feito no Desportivo, porque sempre se seguiu a lógica do jogador descartável, daí o desastre que o Chaves vive agora.
Assim sendo, há que preparar bases já para o futuro. Primeiro, tem de se aproveitar janeiro para limpar a casa: há que correr com os emprestados, dar tempo a jogadores da Satélite, ir buscar jogadores que conheçam a casa para dar bases ao balneário e não ter medo de correr riscos. A época já foi à vida, por isso mais vale tirar o melhor partido dos próximos seis meses. Mas vamos dar nomes aos “bois”:
Despachamos: Igor Rodrigues, Jean Felipe, David Luís, Gamboa, Carlos David, João Correia, Sodiq.
Promovemos: Hélder Almeida, João Batxi, Mika Borges, João Paredes.
Contratamos: Edu Machado e João Patrão.
Com estas mudanças temos um ambiente no balneário bastante diferente. Juntamos dois nomes da casa e conseguimos criar uma base mais sólida de experiência e conhecimento desta realidade. Também passamos a valorizar ativos nossos em vez de jogadores dos outros, com pouca (ou nenhuma) quebra de qualidade individual.
Aqui há que ter em atenção algo a longo prazo que vai ser tremendamente útil em termos desportivos/financeiros: manter o plantel curto. Se queremos dar uso à equipa secundária e às camadas jovens, temos de ter espaço para eles. Por isso, ter 18 a 20 jogadores seniores é essencial para conseguir isso.
Para quê ir buscar o Babanco quando já tínhamos Simão Martins? Para quê ir buscar João Correia quando se tem Mika Borges e Batxi? Há que usar o que temos e não é preciso contratar por contratar. Temos todo um plantel de jovens com experiência no Campeonato de Portugal prontos a jogar.
Estas são políticas criadas com sucesso em clubes como Barcelona e Ajax. E se estas políticas se ajustam em contextos de alta exigência e pressão, então também se podem aplicar no mais modesto contexto flaviense.