Fonte: GD Chaves
Sem olheiros não se vai a lado nenhum
O futebol mudou muito nos últimos 20 anos. Hoje ganha quem consegue encontrar o talento primeiro em vez de reciclá-lo. Os clubes matam-se por ter as novas promessas do Campeonato de Portugal a preço da chuva e prontos para render bem no futebol profissional.
Este é um processo que passou ao lado do Desportivo de Chaves. Por um breve momento tivemos um departamento de scouting nos tempos de Luís Castro, mas também isso teve de desaparecer. Sem olhos a acompanhar as divisões inferiores não há como ter o melhor talento a bom preço e estamos a esbanjar dinheiro sem razão alguma. Só para dar um exemplo, João Amaral, Costinha, Paulinho e Chiquinho são todos jogadores que apareceram em divisões inferiores e que conseguiram ter sucesso na Primeira Liga por muito baixo custo.
Além de olheiros à procura de talentos escondidos, mais que nunca há uma análise detalhada daquilo que um jogador rende. O conceito de “Moneyball” está bem presente no futebol de hoje e é uma excelente ferramenta para encontrar o jogador certo, com o menor risco e menor gasto. Assim os clubes podem procurar logo por número de golos, assistências, passes, cruzamentos, fintas, que áreas do campo ocupam… Conceitos que não parecem existir no Desportivo.
É preciso ter um bom departamento de olheiros, capaz de conhecer de uma ponta à outra várias competições e ter um rol de jogadores pronto a mostrar a Diretor Desportivo, administração e ao treinador. Isto é um quarteto que tem de estar sempre em sintonia e de nada vale só um tomar as decisões.
Sem um departamento de scouting não conseguimos responder às verdadeiras necessidades da equipa e acabamos por ter épocas mal organizadas como esta: faz algum sentido ter seis emprestados? Faz algum sentido contratar jogadores para serem terceira escolha? Faz algum sentido jogar num sistema que não tira o melhor dos jogadores? São questões que têm de desaparecer no Municipal.
