Municipal de Chaves. Uma tarde fria de março. 0-0 no marcador. Ao quarto minuto de compensação, o Desportivo ganha um canto. As ‘torres’ da defesa sobem até à área. Bola bombeada para a área para o cabeceamento certeiro. Golo! De quem? Ricardo Rocha!

 

Recuemos três épocas antes deste golo icónico. O defesa distingue-se pelo nome de craque, homónimo de um internacional brasileiro ex-Real Madrid ou de um defesa do Benfica e da Seleção Nacional. No Vila Meã fez uma boa época, o suficiente para chamar a atenção do Desportivo de Chaves, na altura recém-descido à II Divisão B.

 

Ricardo Rocha na final da Taça de Portugal

 

Ricardo Rocha, de 24 anos, não é o reforço mais sonante, mas ganha o lugar no centro da defesa flaviense, à frente do jovem Romaric ou do experiente Fernando. Tanto se destaca que no ano seguinte é inquestionável na equipa de Leonardo Jardim, que chegara para substituir o histórico António Borges ainda em 2007/2008. Com solidez e vários golos, ajuda o Chaves a subir de divisão e vai para a Segunda Liga.

 

Aí mantém o lugar no centro da defesa. Uma época difícil, que acabou em desilusão, mas que teve os momentos mais marcantes da carreira de Ricardo Rocha. Voltemos à história inicial, quando o defesa deu a vitória ao Desportivo na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal frente à Naval, numa caminhada que só parou no Jamor.

 

Ricardo Rocha pelo Chaves em 2010/2011, antes de rumar à Primeira Liga

 

Na grande final, frente ao FC Porto, foi titular. Teve a difícil missão de marcar Radamel Falcao. Fez boa figura, mas acabou expulso com duplo amarelo já aos 90 minutos. Final cruel para um bom jogo, com Rocha a rumar à Segunda B com o despromovido Chaves.

 

Durou meia época mais a passagem por Trás-os-Montes. Com salários em atraso, foi chamado pelo antigo treinador Jardim para o Beira-Mar, da Primeira Liga. Um sonho, mas com apenas quatro jogos, passando pela Covilhã antes de regressar ao Chaves. Primeiro ajudou os Valentes Transmontanos a serem campeões nacionais, numa histórica tarde no Restelo. Depois consolidou a equipa na Segunda Liga, antes da despedida final.

 

É esta a história de Ricardo Rocha, o central que subiu a pulso e conquistou os adeptos flavienses.

 

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