Defesa acrobática do guarda-redes Carlos, num dos calorosos dérbis com o Vila Real Fonte: Facebook Desportivo Chaves - A história em imagens
Diz o poeta: “Sempre que o homem sonha, o Mundo pula e avança, como uma bola colorida entre as mãos de uma criança.” Há 72 anos, um grupo de flavienses sonhou em juntar dois clubes rivais num só, para levar a cidade de Chaves e a região de Trás-os-Montes ao topo do futebol português.
O casamento entre os velhos rivais Flávia SC e Atlético Flaviense foi um sucesso e, sob o nome Grupo Desportivo de Chaves, os flavienses entraram no mapa do futebol.
Desde esse mítico 27 de setembro de 1949, o Desportivo tornou-se na equipa dos flavienses. Com as camisolas azul-grená
e de Chaves ao peito, os Valentes Transmontanos ultrapassaram várias crises, suportaram inúmeras desilusões, mas cresceram no meio da adversidade, tal como as gentes que representa, para chegar à I Divisão do futebol nacional.
Nomes como Lila Geraldes, António Feliciano, Branco, Lisboa, Melo, Rendeiro, Matateu, António Borges, Raul Águas, Radi, Slavkov, Jorge Plácido, Toniño, Paulo Alexandre, Ricardo Chaves, João Alves, Carlos Pinto, Kasongo, Clemente, Ricardo Rocha, Rui Rêgo, Barry, Luís Pinto, Fábio Martins, Assis,
Stephen Eustáquio, Marheus Pereira ou Pedro Tiba pisaram o estádio Municipal de Chaves – a primeira e única casa do Desportivo – para fazer deste clube à beira de celebrar as bodas de diamante num dos mais históricos clubes em terras lusitanas.
A história repleta de altos e baixos do Grupo Desportivo de Chaves deve ser sempre recordada pelos sócios,
adeptos, simpatizantes ou até gentes de Chaves e Trás-os-Montes que nem liguem muito a futebol. Foi aquilo que os Valentes Transmontanos, de azul-grená trajados, fizeram nos estádios portugueses que colocou uma região esquecida debaixo dos holofotes mediáticos.
Para este aniversário do nosso mais-que-tudo clube do coração, recordamos a página mais dourada destes 72 anos de Desportivo: corria a temporada 1987/1988. Fruto de um fantástico 5.° lugar, os flavienses jogavam a Taça UEFA pela primeira (e única) vez na história.
O adversário era o U. Craiova da Roménia. A estreia foi para lá da cortina de ferro, com o GD Chaves a estar em vantagem por 2-0, mas a permitir a reviravolta por 3-2. Na segunda mão, no Municipal, um mar de adeptos levou o Desportivo ao colo para uma incrível vitória por 2-1 (Slavkov e Vermelhinho foram os marcadores de serviço), que fez os comandados de Raul Águas seguirem em frente, apesar de virem a cair na eliminatória seguinte.
Esta foi uma de muitas histórias para recordar deste enorme clube que, entre as dificuldades de sobreviver no interior esquecido, se tornou num dos clubes mais queridos do país e uma bandeira que deve orgulhar todo e qualquer transmontano.
Há 72 anos nasceu o maior representante de Trás-os-Montes. Há 72 anos nasceu o maior clube do Mundo. Há 72 anos nasceu o Grupo Desportivo de Chaves.
