Fonte: GD Chaves

Fonte: GD Chaves

A temporada 2018/19 acabou e os resultados foram tudo menos positivos para o Desportivo de Chaves. Desde frente-a-frentes entre adeptos e jogadores, a falta de disciplina e um objetivo futebolístico pouco definido, a descida dos flavienses acabou por ser um mal que já vinha a ser anunciado desde o natal.

 

No entanto, é a errar que as pessoas aprendem e evoluem. Podíamos voltar a perder tempo a descrever a quantidade de disparates feitas pelo plantel mas, em vez disso, vamos olhar para o que a administração poderia ter feito de melhor e como se pode mudar os objetivos e a própria estrutura do futebol para evitarmos ter outra época assim, onde se transforma um plantel ganhador num pomar de maçãs podres e sem qualquer fio de jogo.

 

Para a vida do Desportivo contar com maior sucesso no longo-prazo, é extremamente importante ter um plano definido, não só nos objetivos a conquistar, mas em como lá chegar. E aqui foi o calcanhar de Aquiles do Chaves na última época: a falta de preparação.

 

É que a estrutura demonstrou não só não ter interesse em continuar grande parte do trabalho de Luís Castro em termos de estilo de jogo, como não estava preparada para substituir jogadores como Davidson, Matheus Pereira e, principalmente, Pedro Tiba. Durante toda a temporada o meio-campo flaviense consistia em trincos e médios-ofensivos e quando não há o elo de ligação entre a defesa e o ataque fica muito mais difícil conseguir criar oportunidades.

 

O “carrosel” de diretores desportivos tem sido uma constante, só com José Luís Gonçalves a ficar mais de uma temporada no Chaves Fonte: Simão Freitas

 

E é aqui que o cerne deste texto entra: a falta de um diretor desportivo. No futebol moderno, a figura do diretor desportivo é vital para qualquer projeto com pés e cabeça. É ele que tem de ter em mente o estilo de jogo da equipa e contratar de acordo com essa visão. É ele que tem de perceber aquilo que um treinador realmente precisa. É ele que tem de saber aqueles pormenores que decidem tudo como, por exemplo, ter dois centrais com o mesmo pé preferido pode prejudicar a construção de jogo desde trás. É por ele que tem de passar a visão do treinador, de forma a dotar a equipa técnica da matéria-prima para conseguir resultados. E é ele que tem de estar em diálogo constante com o departamento de Scouting, de forma a encontrar pérolas a baixo preço e que possam ser vitais ao clube sem queimar muito do orçamento.

 

Já sei o que estão a pensar: “Então mas  o Paulo Grencho era o nosso diretor desportivo”. Sim, mas é essencial haver um diretor desportivo que não sirva só para entregar o papel com as substituições ao quarto árbitro, como aconteceu este ano (situ que pode ter acontecido por culpa própria ou não). É preciso alguém com contactos, visão e capacidade para saber aquilo que a equipa precisa. É uma posição demasiado importante para estar a mudar todos os anos.

 

Por isso, fica aqui um apelo: que se escolha um bom diretor desportivo, que saiba o que fazer e que tenha a ideia de um projeto a longo-prazo, e que se fique com ele por uns bons tempos, de forma a termos uma estrutura de futebol mais completa e que nos dê melhores resultados daqui para a frente. Queremos voltar à Primeira Liga e nunca mais sair de lá, mas para isso precisamos de bases.

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