O Chaves recebeu e bateu o Boavista por 2-1, num jogo com uma carga emotiva como já há muito não víamos.

 

Com 4 alterações no 11 inicial, Moreno surpreendeu com a inclusão de Cafu Phete, Carraça, Guima e Jô Batista para os lugares de Steven Vitória, João Correia, Kelechi e Rubén Ribeiro. Apesar das alterações, manteve o 3x4x3 com Cafu a juntar-se a Vasco Fernandes e Junior Pius no trio de centrais, Guima no meio campo ao lado de Essugo e na frente Jô esteve ladeado por Héctor e Guzzo.

 

Tal como Moreno, tinha prometido na conferência de imprensa, a equipa entrou em campo com um reset, sem se preocupar com a posição ou os últimos resultados, e foi precisamente com uma personalidade completamente nova que o Chaves entrou, a controlar o ritmo de jogo e a bola, soube surpreender a equipa adversária que nos primeiros minutos ficou a ver jogar.  E foi com esta atitude que aos 7 minutos Jô Batista pressionou o defesa Sasso perto da linha de fundo, recuperando a bola e com um cruzamento atrasado encontrou Guzzo que depois de ajeitar a bola fez o remate para o 1-0. O primeiro golo de Guzzo neste regresso a Chaves, depois de uma boa jogada de insistência de Jô Batista.

 

Em desvantagem no marcador e já depois de conseguir sacudir a pressão dos flavienses, o Boavista começou a aparecer mais em jogo, principalmente em jogadas de contra-ataque na procura de Bozenick. E numa destas jogadas o esloveno remata para uma boa defesa de Hugo Souza que acaba por sobrar para Salvador Agra na entrada da área, este depois de superar Essugo entra na área e numa jogada que deixa algumas dúvidas, o árbitro avisado pelo VAR acaba por assinalar grande penalidade, seria a primeira de muitas decisões muito contestadas pelas bancadas. Chamado a bater Bruno Lourenço não facilita e repõe a igualdade aos 23′.

 

O Desportivo não baixou os braços e não se deixou intimidar e reagiu muito bem ao golo sofrido. Depois de um livre lateral, a bola chega à pequena área do Boavista onde Guzzo tenta um pontapé de bicicleta que não saiu nas melhores condições, mas Jô que estava por perto chega primeiro ao ressalto e introduz a bola na baliza de João Gonçalves, festa no Estádio Municipal de Chaves, mas o árbitro João Carvalho tinha outros planos, depois de ouvir o assistente e o VAR o golo foi anulado pela equipa de arbitragem. Ainda não percebemos muito bem porque, o comportamento corporal do árbitro deu muitas indicações, todas elas diferentes, primeiro pensou-se que fosse fora de jogo, em conversa com Guzzo o árbitro fazia sinal que estariam a ser colocadas as linhas, entretanto também se pensou que tivesse assinalado jogo perigoso de Guzzo na tentativa de bicicleta, e houve ainda uma assistência a Salvador Agra que se queixava de ter sido atingido pelo pé do flaviense. Não sabemos ao certo o que levou a que o golo fosse anulado, o que é certo é que na reposição de bola, o árbitro manteve o braço em baixo, deixando perceber que ficava de lado a hipótese de fora de jogo, ou de jogo perigoso. Depois disto as bancadas entraram em ebulição com uma série de decisões muito contestadas. O jogo iria para intervalo com 1-1 no marcador, mas com o Chaves amarelado em metade da equipa, sem que nada o fizesse prever.

 

Para a segunda parte Moreno lançou Benny no lugar de Junior Pius, passando Sandro Cruz para o trio de centrais e Benny a fazer toda a ala esquerda. A segunda parte chegou com mais equilíbrio, com o Boavista a tentar controlar mais o jogo e lançando contra-ataques cada vez mais perigosos, e aos 58 minutos, Helder Carvalho volta a aparecer. Num lance em que Bozenick aparece no meio de Vasco Fernandez e Carraça que tinha fletido para o meio depois da lesão de Cafú Phete e a entrada de João Correia, quando o avançado esloveno se preparava para entrar na área foi alegadamente carregado em falta por Carraça e o árbitro prontamente assinalou para o ponto de penalty e em mais um erro mostra cartão vermelho direto ao defesa do Chaves, sendo que o erro está que o vermelho nunca poderia ser exibido no caso de ser assinalada grande penalidade, contudo alertado pelo VAR o arbitro volta a trás na decisão e assinala falta fora da área mantendo a cor do cartão para Carraça.

 

Reduzido a 10 (uma vez mais), o Chaves arregaçou as mangas e deixou tudo em campo para fechar a baliza de Hugo Souza, lançando contra-ataques que iam assustando João Gonçalves e os centrais do Boavista de vez em quando. Mesmo com o handicap da desvantagem numérica, Moreno não se acobardou e meteu a equipa a jogar em 3x3x3, mantendo em campo os 3 homens mais avançados chegando inclusive a substituir Guzzo, algo desgastado, para fazer entrar Sanca. Um claro sinal que a toalha não ia ao chão. E é num destes lances que surge mais uma obra de arte. Hugo Souza coloca em Jô que estava a jogar como pivô, a bola sobra para Essugo que encontra Benny na linha, este faz um cruzamento longo que encontra João Correia ao segundo poste que de cabeça assiste Héctor para um pontapé de bicicleta que entra na baliza do Boavista sem qualquer hipótese de defesa. Estava reposta a justiça no marcador estavam decorridos 71 minutos.

 

Depois do 2-1 o Chaves teve de sofrer para manter a vantagem, com um jogador a menos, Moreno fecha a defesa fazendo entrar Steven Vitória para o lugar de Jô Batista. Nos últimos 10 min foram de grande atitude da equipa, com todo os jogadores muito desgastados, ninguém desistiu de um lance, e foi com este caráter que o Chaves regressou às vitórias quase 3 meses depois.

 

Um jogo de caráter da equipa transmontana que deu a ideia que pode ser este o ponto de viragem da época com o Renascer de uma equipa que hoje foi a equipa que todos queremos.

Vê a classificação dos nossos jogadores na página seguinte.

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