Época 1984/1985. Funchal. União Madeira-GD Chaves. No Atlântico os flavienses viriam a fazer história e pela primeira vez garantiram a subida à Primeira Divisão. O triunfo sorriu aos Valentes Transmontanos por 4-3. Entre os marcadores flavienses estava Kiki, um médio cabo-verdiano que sabe bem o que é chegar ao topo do futebol nacional.
“Guardo ótimas recordações de todos os clubes, mas o Chaves posso dizer que foi o capítulo mais marcante da minha carreira. Foi onde me lancei como jogador profissional, estive na subida à Primeira Divisão e num jogo memorável da última jornada da Liguilha. Estávamos a perder por 2-3, fiz o empate e ainda fomos ganhar por 4-3″, recorda o ex-jogador ao jornal A Bola.
A carreira de Kiki começou em Cabo Verde, foi descoberto por Pedroto e chegou ao Vitória SC, mas depressa viajou para Trás-os-Montes: “O meu colega Amândio Barreiras assumiu um compromisso com o Chaves e convenceu-me a alinhar nessa mudança também. Devo muito ao Barreiras. Apanhei o Álvaro Carolino como treinador, que acabou despedido, e entrou o Raul Águas que ainda jogava. Acabamos por subir e foi uma história incrível para todos.”
“Fomos recebidos pelos bombeiros e a viatura foi empurrada pelos adeptos, andou em desfile por toda a cidade” – Kiki, ex-jogador GD Chaves
Kiki foi campeão duas vezes ao serviço do FC Porto. Passou pelo SC Braga e Paços Ferreira, mas a subida com o Desportivo é o momento que marca da carreira: “Posso acrescentar que a subida do Chaves foi uma grande festa, a maior que já vivi, os adeptos ficaram todos em delírio. Falo à vontade, fui campeão no FC Porto, mas não fomos celebrados da mesma maneira pela população. Fomos recebidos pelos bombeiros e a viatura foi empurrada pelos adeptos, andou em desfile por toda a cidade”, recorda o agora presidente da Académica da Praia.
O recordar da histórica primeira subida do GD Chaves à Primeira Divisão, que colocou os transmontanos debaixo dos maiores holofotes do futebol nacional. O resto é história…