Mas, mas e mas: SAD do GD Chaves assume as (des)culpas

 

Ponto prévio: qualquer gestor que arranje desculpas para o fracasso é um mau gestor. Bons administradores explicam o que vão fazer para resolver os problemas.

 

Posto isto, eis que o ainda presidente da SAD lançou um comunicado a explicar esta época desastrosa. Há pontos positivos, assumindo a responsabilidade pelo que correu mal, o que agradecemos. Mas depois há o resto… a começar, precisamente, pelo “mas”.

 

Numa época em que simplesmente fomos incompetentes a todos os níveis, os primeiros “mas” são os árbitros. Se por um lado é certo que houve algumas decisões que prejudicaram o cube, também é verdade que na altura certa a administração ficou calada. As coisas são para ser ditas no tempo certo, e não é agora depois de descer de divisão que nos vamos queixar do que aconteceu nas jornadas 13, 18 ou 24. Esta administração sempre se pautou pelo silêncio e neste caso das arbitragens, vir falar no fim de uma época em que a incompetência veio ao de cima, de arbitragens ou falta de sorte, soa muito a desculpa “esfarrapada”.

 

“Mas” a coisa não ficou por aqui. Qual não foi a nossa perplexidade quando vemos o comunicado culpar o Vitor Campelos pelo atraso de TRÊS semanas na preparação para a época! Ora se por um lado compreendemos que o impasse em relação a continuidade do anterior treinador possa de facto ter atrasado algumas coisas, achamos muito sinceramente que é um atentado à “honestidade intelectual”, retirar de si as culpas para atirar a Vitor Campelos.

 

Primeiro, porque é uma história mal contada que continua mal contada, ainda para mais numa SAD habituada a atirar areia para os olhos. Consta pelas ruas de Chaves que o treinador, depois de ver gorada a possibilidade de rumar a Inglaterra, estava disposto e queria seguir no Desportivo, mas foi a administração quem decidiu que não havia condições para tal. Mais uma vez a culpa irá morrer solteira.

 

Ainda assim e apesar do impasse, o mundo do futebol não pode ficar pendente de um treinador, e novas contratações, ou até renovações podem e devem ser definidas também pela administração e diretor desportivo. Mais uma vez, desculpam a incompetência por não conseguir um plantel competitivo, atirando as culpas para outros.

 

Por último, mesmo com a saída do Campelos, não terá sido este a decidir que quem o ia substituir era o José Gomes. Uma vez mais, desculpar a incompetência de terem escolhido um treinador fraco, atirando as culpas para o que quer que seja, é um atentado à a honestidade intelectual dos adeptos. Não façam isso, já muito desresepeito têm tido para connosco.

 

Passadas as desculpas da má época, e atirada a água para o capote de outros, eis que surge uma frase que muito nos fez pensar. “E porque estamos numa altura de balanço, também recordamos que esta SAD investiu quase 7 milhões de euros em melhorias no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, nomeadamente na bancada nova e na construção do complexo desportivo adjacente.”

Ficamos perplexos.

 

Como se pode ser tão desonesto que num comunicado que supostamente deveria ser para pedir desculpas, que já vimos que não foram bem sucedidos, trazem à baila os gastos de há 6 anos? Se houve essas obras, porque é que o estádio não estava pronto para provas europeias na época passada? Não venham encher a boca para dizer que em 23/24 o orçamento seria de oito milhões. Mais uma vez a soberba, a falta de humildade de assumir uma gestão quase danosa, e porque não dize-lo, a mania das grandezas acabaram por ter efeito contrário. Pela boca morre o peixe, diz o povo, e nós há umas semanas até falámos disso. Não venham com obras de quase uma decada tentar limpar a imagem de incompetentes que deixaram este ano.

 

Por último, mas não menos inquietante, o comunicado diz literalmente:

 

“Depois de avançarmos para a constituição da SAD, em 2013, regressámos à primeira Liga, três anos depois, algo que já não acontecia há 17 anos. E nas últimas oito épocas, cinco foram no principal escalão. O nosso trabalho está à vista de todos. Repudiando as críticas destrutivas, estamos atentos e agradecemos as construtivas. Pois também essas nos ajudam a melhorar. ”

 

Ora, se bem nos lembramos, a Familia Carvalho iniciou o seu percurso no GDC em 2011, estando entre 2011 e 2013 na antiga II B, onde fomos campeões em 2013. Ora pelos vistos só contam desde esse ano, como se as pessoas da SAD e do clube não fossem as mesmas.  Pena a memória não ser a melhor.

 

Nas últimas 8 épocas, cinco foram na Primeira Liga, é verdade, e até com épocas muito boas onde o Chaves foi Chaves. Mas grande parte desse trabalho de subidas e permanências, temos e devemos agradecer ao Sr. Francisco Carvalho (pai), pois sem ele nada seria possível. A verdade é que cada vez que o Francisco José se chegou à frente, o clube perdeu identidade. Desde equipamentos sem nexo, a erros de casting que custaram descidas de divisão (olá, Tiago Fernandes). Por isso a esperança agora é que com esta descida se volte a afastar e que o pai assuma novamente o controlo para podermos sonhar com uma subida rápida à Primeira Liga.

 

O trabalho está à vista de todos… Sem dívida. Perdão, sem dúvida.  Conseguimos voltar aos grandes palcos, e pelo caminho conseguimos deixar imagens tristes e de lamentar. Fazemos bandeira de ser um clube de região, mas a cidade está cada vez mais afastada do clube, vamos aguardar o real impacto desta época (não só da parte desportiva), para ver com quantos sócios iremos ficar.

 

Esta nossa critica não precisam repudiar. Aliás, é apanágio desta administração não dar nunca ouvidos aos adeptos, por isso, e se estiverem a ler este artigo, façam-nos um favor. Continuem a assobiar para o lado e a ignorar tudo o que os adeptos escrevem e se queixam. Já todos sabemos que para vocês os adeptos só são importantes para pagar quotas e para comprar camisolas, a vossa soberba e humildade não vos permite ouvir a voz do adepto, por isso em vez de andarem a apagar comentários nas redes sociais, ou a ir para os jornais fazer-se de vitima pelas opiniões, continuem a ignorar e aprendam a gerir um clube como o Chaves. Sim porque o Chaves não é uma empresa por muito que queiram fazer dele. Não temos artistas, nem LEDs.. O Chaves é um clube que move paixões, um estilo de vida para muitos, e o respeito para com quem está sempre nas vitórias e nas derrotas, deveria ser maior. Olhem para os adeptos como vossos aliados e não só como números e Euros. Ganhem humildade para assumir a vossa incompetência e não venham com desculpas esfarrapdas.

 

Para finalizar.

 

Apesar da exentsão do comunicado, focaram ainda muitas questões no ar:

 

  • O treinador vai ficar? ou vamos perder novamente 3 semanas de trabalho?
  • Porquê a contratação do Nélson Lenho? É para continuar?
  • Qual o objetivo para a próxima época?
  • Há quase uma década construiu-se uma bancada, mas e as obras prometidas no inicio desta época?
  • Vão vender a SAD, ou vão continuar a brincar ao futebol com um clube histórico?

 

Ficam as questões.

 

Portugal, 19 Maio 2024

A Administração da CAG

1 thought on “Mas, mas e mas: SAD do GD Chaves assume as (des)culpas

  1. Excelente exposição…
    Concordo com tudo o que foi escrito…
    Resumindo: incompetência do Francisco José (que quer dominar tudo e todos)…
    Futuro???
    Na minha humilde opinião é… “escura”…
    Espero estar errado… muito errado…
    A ver se tem coragem para fazer uma limpeza… a começar pelo Nelson Lenho…
    Na 1 ou na Regional, sempre GDChaves

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *