Fonte: GD Chaves

Fonte: GD Chaves

 

Uma SAD com prejuízo, sem estrutura para um projeto europeu. É assim que Francisco José Carvalho define o clube que dirige há mais de dez anos. Obstáculos que justificam, para o presidente da SAD, a recusa em chegar às competições europeias. Declarações dadas à Alto Tâmega TV, que entrevistou o dirigente.

 

“Ir à Europa seria um desastre económico e desportivo”

 

Vamos aos números: “Vimos de uma situação, não muito longínqua, complicada. No final da última temporada apresentávamos 7 milhões de prejuízos acumulados, desde 2013, quando início da SAD. De salientar que fizemos investimentos de 2,5 milhões no estádio e 2,5 no complexo. A meu ver, o importante é a estabilidade financeira. Estou convencido que no final desta época o saldo já vai ser positivo e ir à Europa seria um desastre económico e desportivo”, justifica.

 

21 milhões de euros em vendas em sete anos

 

Problemas financeiros que esbarram no lucrativo negócio de venda de jogadores ano após ano. Tudo contado, dá mais de 21 milhões de euros desde 2016. Francisco José explica: “Esses jogadores tiveram custos para o Chaves, com a sua contratação e não éramos detentores de 100 % dos direitos económicos. Na grande maioria dos casos, tivemos apenas direito a percentagens do valor do passe e noutros casos essa percentagem não entrou logo nas nossas contas e vai ser paga de forma gradual. Posso mesmo dizer que com metade desse valor já ficava bem satisfeito.”

 

Equipa B na distrital é “uma prioridade”

 

Então o que é preciso fazer no futuro, para dar estrutura ao Desportivo de Chaves para pensar num regresso à Europa? “A nossa prioridade é a criação da equipa B e melhorar as condições da formação. Este vai ter que ser o futuro, pois, cada época que arranca começamos com cerca de 1,5 milhões negativos. Temos que inverter estes números e conseguir vender todos os anos jogadores, para colmatar a diferença entre as despesas e receitas. Para isto acontecer, queremos contar com a autarquia.”

 

GD Chaves quer sintético no campo da Flaviense

 

O presidente da SAD quer mais campos para as equipas azul-grená treinarem e aponta para o campo pelado da AD Flaviense, que tem pouco uso: “Neste momento tem as infraestruturas a degradarem-se e sem equipas a competir. Com um sintético, ia servir para algumas equipas jogarem e até a própria Flaviense podia voltar a ter uma ou duas equipas. Todas as equipas que apostem na formação têm 4 a 5 campos de treinos e achamos que para a viabilidade do projeto, temos que apostar mais na formação.”

 

Justificações do presidente da SAD do Desportivo de Chaves, numa altura em que causou polémica a não-inscrição nas competições europeias, que impede os flavienses de sonhar alto na Primeira Liga, apesar de assegurado o objetivo da manutenção.

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