Fonte: GD Chaves

Fonte: GD Chaves

Terminou a pré-temporada dos Valentes Transmontanos com um empate a zero frente ao Vizela, num jogo-treino jogado em Chaves. O duelo com o emblema vizelense marcou o término de um mês de trabalhos da equipa principal, em preparação para os jogos oficiais que começam já no próximo sábado, dia 3 de agosto, com a ida ao terreno do Nacional para a Taça da Liga.

 

No âmbito dos resultados, viu-se de tudo um pouco nos vários duelos que o Desportivo de Chaves jogou ao longo do mês de julho, com cinco amigáveis contra equipas da Primeira Liga (Aves, Boavista, Paços de Ferreira, Gil Vicente e Rio Ave) a terminarem com o saldo positivo de três vitórias e duas derrotas, que mostraram que há qualidade no plantel flaviense. Porém, contra equipas mais modestas, notaram-se as dificuldades ofensivas dos Valentes Transmontanos, que contaram com dois empates a zero contra equipa do CPP (Chaves Satélite e Vizela), além de um triunfo muito tardio contra o Compostela, da Terceira Divisão espanhola. Dar ainda destaque para a conquista de dois torneios de pré-temporada: primeiro a reconquista do Torneio Município de Melgaço (ganho pela primeira vez em 2015/16) e o recém-criado Troféu Emílio Macedo, que ficou em “casa” na primeira edição.

 

O Desportivo de Chaves mostra-se como uma equipa forte e coesa, bem mais unida que aquilo que apresentou no ano passado e com potencial para ir longe, mas há duas falhas gritantes no conjunto azul-grená: Falta um extremo e um n.º 8. No caso do médio-centro, a razão vem de trás, com um jogador capaz de ligar a zona defensiva com a ofensiva a ser uma lacuna desde a saída de Pedro Tiba. Já quanto ao extremo, falamos do maior calcanhar de Aquiles flaviense, com o movimento ofensivo a ter grandes dificuldades em mostrar criatividade quando a única aposta segura é Wagner. Para esta posição, a chegada de uma máquina de assistência como Feliz Vaz ou a juventude e talento de um Diogo Brás por empréstimo pode fazer maravilhas num Chaves que precisa de muito mais poder de jogo.

 

Em contraste com a época passada, a união de grupo tem sido destaque no GD Chaves 2019/20 Fonte: GD Chaves

 

Entretanto, uma nota positiva: os jogadores do Desportivo parecem assimilar bem as ideias de José Mota e apesar das claras limitações do técnico numa Primeira Liga, na Segunda pode ser a diferença entre subir ou ficar pelo caminho. A experiência pode mesmo ser a grande arma do Chaves, que vê na concorrência apostas em treinadores jovens mas ainda incógnitas no futebol nacional. Na Académica está César Peixoto que ainda nada mostrou, no Leixões está Carlos Pinto, que subiu o Santa Clara em 2017/18 mas que fez um trabalho desapontante na Briosa e ainda acabou por subir pegando no trabalho já feito por Sérgio Vieira, no Feirense está Filipe Martins que não conseguiu inverter os rumos dos acontecimentos no fogaceiros na última época e no Farense está Sérgio Vieira que, apesar de ter dado as armas para a subida do Famalicão, acabou despedido quando os resultados deixaram de ser favoráveis.

 

No âmbito das equipas técnicas, o Desportivo de Chaves tem mais experiência e o melhor palmarés, com José Mota a ser o tipo de treinador que não encanta mas ganha, quase ao estilo de Vítor Oliveira. Para esta época, os anos a mais no futebol podem fazer a diferença e são os Valentes Transmontanos que têm vantagem neste ponto.

 

Em síntese, há clara qualidade no conjunto azul-grená para se assumirem como candidatos à subida, há experiência que pode ser vital no banco de suplentes e uma ideia de jogo que pode dar muitos resultados numa Segunda Liga. E acima de tudo há união, muita união e trabalho de equipa. Pode-se comentar as estratégias antiquadas de José Mota ou as limitações do técnico em relação ao futebol recente, mas é inquestionável o poder que tem para garantir a união do balneário, algo que o Chaves sofreu no passado e que agora vai tentar lutar para regressar ao lugar donde nunca devia ter saído.

 

Esperamos para ver o começo dos jogos oficiais nos traz, principalmente sabendo do começo difícil de campeonato. Mas com mais dois ataques ao mercado e o plantel pode ficar fechado e com qualidade suficiente para garantir a subida. Agora é preciso mexer rápido que não tarda começam os jogos a doer.

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