Fonte: GD Chaves

Fonte: GD Chaves

Escusado será dizer que a pandemia da Covid-19 causou grandes problemas aos clubes profissionais: as receitas desapareceram e muitos emblemas ficaram de calças na mão, sem saber como pagar contas.

 

Um desses clubes – apesar de não haver indicações de entrar em crise – foi o Desportivo de Chaves, que foi rápido a fazer o pedido de lay-off ao Estado, numa forma de pagar apenas dois terços dos salários ao plantel azul-grená, uma solução a curto-prazo de um problema que pode ter várias ramificações, sempre dependente do que acontecer até ao início da próxima temporada.

Vários jogadores da Satélite devem subir à equipa principal, para aumentar escolhas para César Peixoto Fonte: GD Chaves

 

Ainda assim, é mais vital que nunca olhar com outros olhos para a próxima época. Esta tem de ser uma época pensada com a cabeça, onde não há espaço para atirar dinheiro aos problemas e onde um «all-in» para tentar a subida a todo o custo pode custar muito caro à SAD, já que este ano foi um falhanço desportivo… e dos grandes.

 

Posto isto, é essencial não irmos buscar meio-plantel novo, como tem sido hábito. É preciso manter uma base estável da equipa, principalmente com vários anos em Trás-os-Montes, para termos a raça e a capacidade para ganhar jogos com o coração, coisa que tem falhado nas últimas duas épocas. Aqui entra, claro, a integração de jogadores da equipa satélite, que vão acrescentar profundidade ao plantel por um custo baixo e vão ser jogadores capazes de dar tudo em campo para provarem que mereceram a oportunidade.

 

Depois, é preciso contratar exatamente o que César Peixoto precisa para próxima temporada (sim, não vale a pena trocar de treinador). Tem de se dar ao treinador os quatro ou cinco jogadores vitais que tanto precisa e que muita falta fizeram esta época ao Desportivo de Chaves. Investir bem numa mão cheia de reforços que, realmente, venham fazer a diferença de azul-grená.

Pede-se uma temporada de maior atitude da equipa, mas com cuidados financeiros redobrados Fonte: GD Chaves

 

Não vale a pena gastar dinheiro em segundas escolhas, nem que seja só em salários. É preciso ter a noção que as finanças continuam a ser bastante suportadas pela alta dependência do investimento de Francisco Carvalho e, a longo-prazo, não há futuro para a SAD se aguentar sozinha. Por isso, ter calma com os gastos vai ser bastante importante na crise que se avizinha.

 

Por último, é vital termos calma nas expetativas. Temos de lutar pela subida? Claro! Temos de fazer um investimento absurdo para subirmos já esta época? Não. É preciso dar alguma folga aos nossos objetivos, não ver como uma calamidade que, na próxima época, não se suba e dar tempo ao tempo para, num espaço de três anos, conseguirmos essa subida, com bases bem montadas e um investimento certeiro e mais reduzido.

 

Não há tempo para gorduras, nem para flops, nem para jogadores bem pagos que não vão dar tudo ao clube. É preciso que César Peixoto se rodeie não só dos melhores jogadores, como dos jogadores que lhe dêem sempre garantias, para que o Desportivo possa regressar no futuro à Primeira Liga e mais forte que nunca.

 

“Visto da Descoberta” é o editorial da Comunidade Azul-Grená. Às quartas-feiras, é comentado um tema do dia-a-dia do Grupo Desportivo de Chaves.

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