Foi criador, dirigente, presidente e um dos maiores impulsionadores do GD Chaves. Escreveu a página mais dourada da história, fazendo dos flavienses um clube de Primeira, mas também de futebol europeu e esteve ligado ao Desportivo até falecer aos 93 anos.
Esta é a história de Emílio Macedo, eterno presidente do Grupo Desportivo de Chaves, homenageado todas as épocas com um troféu batizado com o seu nome, defendido no estádio que foi a sua casa.
Unir uma cidade sob um único clube
Os tempos eram diferentes nos anos 40. Chaves estava dividida entre dois clubes: uns apoiavam o Flávia SC, outros o Atlético Flaviense, numa acesa rivalidade entre as duas equipas da distrital.
Foi em 1949 que o jovem proprietário de uma oficina entrou no processo de fusão do Flávia, onde era diretor, com o Atlético.
Emílio Macedo, juntamente com um grupo de flavienses, avançaram com a união entre os dois emblemas, com o dirigente a tornar-se num dos sócios-fundadores do histórico Desportivo de Chaves. O início de uma bela viagem.
Os anos dourados do GD Chaves
Depois de mais de três décadas de dedicação aos Valentes Transmontanos, Emílio Macedo assumiu a presidência do Desportivo e iniciou a construção de um sonho: chegar à I Divisão.
O caminho foi duro, com algumas épocas de desilusão e com o objetivo a ser falhado por pouco, mas o sucesso chegou em 1984/1985: o triunfo por 4-3 com o União Madeira levou o Chaves pela primeira vez ao topo do futebol português, onde Emílio Macedo foi o primeiro representante máximo dos Valentes Transmontanos.
Mas voos maiores iriam ser conquistados pouco depois.
A ida à Europa do Desportivo de Chaves
O quinto lugar conquistado em 1986/1987 levou os flavienses a um patamar inédito e ainda por repetir: a qualificação para a Taça UEFA. E a presença surpresa do Chaves causou confusão logo no sorteio. “Onde fica aquilo, é alguma ilha?” disseram os romenos ao próprio Emílio, depois do U. Craiova ser o primeiro adversário do GD Chaves.
A eliminatória foi gloriosa. Para lá da Cortina de Ferro, o Desportivo esteve a ganhar por 2-0, mas permitiu a reviravolta por 3-2.
No Municipal, na segunda mão, viveu-se uma tarde de sonho, com golos de Slavkov e Vermelhinho a levarem o Chaves à eliminatória seguinte, onde acabou por cair perante o Honved da Hungria.
Quase 70 anos ligado ao Desportivo
Emílio Macedo manteve-se na presidência do Chaves até à viragem para a década de 90, com um Desportivo topo de gama pronto a ser usado por quem veio a seguir e que acabou por viver tempos difíceis anos mais tarde.
Apesar dos altos e baixos, manteve-se a ligação do dirigente, a seguir de perto os flavienses, o que levou a que, em 2011, fosse um dos notáveis que pediu a intervenção de Francisco Carvalho no clube, para evitar a falência.
A longa ligação ao Desportivo chegou ao fim a 19 de outubro de 2017, dia em que Emílio Macedo faleceu de causas naturais, aos 93 anos. Um legado que levou numa vida dedicada à causa azul-grená e colocou uma pequena cidade de Trás-os-Montes no mapa do futebol nacional.
Índice
A homenagem ao histórico dirigente faz-se sob a forma do troféu com o seu nome, que marca a apresentação do plantel.
Foi um grande presidente porque era um grande homem.
Sempre ao lado do Desportivo.