Flaviense de gema, foi central do Desportivo durante 17 temporadas, capitaneou a equipa desde meados de 1990 e vestiu a camisola do maior de Trás-os-Montes por 401 vezes. É Paulo Alexandre, o jogador mais azul-grená da história do Chaves.
Foi já no longínquo ano de 1988 que o então jovem defesa flaviense saltou dos juniores para a equipa principal do GD Chaves, então na Primeira Divisão e orientada por João Fonseca, após a saída de Raúl Águas para o Sporting.
Não chegou a estrear-se pelos Valentes Transmontanos, reservando-se o seu primeiro jogo para a época seguinte e logo no sempre difícil estádio das Antas, em jogo que a turma flaviense perdeu por 4-1, com Paulo Alexandre a cumprir os 90 minutos. Nessa época só jogou mais 15 minutos, frente ao Beira-Mar, já na reta final do campeonato, mas com a chegada de José Romão o central ganhou espaço.
Central de boa estaleca física e um autêntico patrão da defesa, foi presença habitual no onze flaviense na Primeira até 1992/93, época fatídica que viu o Desportivo descer à Liga de Honra, num ano em que foi obrigado a jogar quase metade da temporada em Bragança por interdição do Municipal.
Na Segunda, tornou-se uma pedra basilar no conjunto azul-grená e conseguiu mesmo o seu primeiro golo como sénior, em casa, contra o Penafiel. O Chaves acabou por voltar à Primeira, e Paulo Alexandre ficou estabelecido como um pilar da equipa.
Nas épocas que o Desportivo conseguiu segurar-se no topo do futebol português, o central foi o mais regular num plantel constantemente em mudança e com grandes dificuldades em estabilizar-se, tornando-se capitão de equipa e realizando 135 jogos com a camisola azul-grená e marcando seis golos nas cinco temporadas que o Chaves conseguiu ficar na Primeira até descer em 1998/99.
Com o clube em grandes dificuldades financeiras, Paulo Alexandre acabou por deixar pela primeira vez Trás-os-Montes para alinhar pelo Aves, onde foi o pilar da defesa e marcou dois golos, curiosamente um deles ao Chaves, permitindo aos avenses subir à Primeira Liga.
Porém, só se aguentou uma temporada longe do clube da terra, já que voltou a alinhar de Chaves ao peito logo na época seguinte, continuando ao serviço do clube por mais sete temporadas, 177 jogos e três golos, o último dos quais ao FC Marco em 2005/06.
Em 2006/07, voltou a viver uma descida de divisão enquanto capitão do Desportivo e acabou por sair para Espanha, onde alinhou no vizinho Verín, acabando a carreira ao serviço do clube galego.
Desde que pendurou as botas, só por uma vez voltou a ‘casa’ noutras funções, quando foi coordenador técnico do Chaves em 2010/2011, ano de má memória e com o fantasma da insolvência a assombrar os trabalhos dos Valentes Transmontanos. Porém, o eterno capitão é presença assídua nos jogos dos veteranos do conjunto flaviense, continuando a envergar o símbolo do Chaves ao peito.
Muito mudou no Municipal desde que pendurou as chuteiras. O estádio ganhou uma bancada nova, o relvado mudou, as câmaras de televisão mudaram de lado e o relvado foi de Primeira… e de Segunda, num pingue-pongue entre divisões. Porém, continua por aparecer alguém que vista mais vezes de azul-grená que Paulo Alexandre, com umas espetaculares 401 partidas nos flavienses.
A aparecer alguém para destronar o ex-capitão, nas palavras do próprio, “que seja alguém da terra” outra vez.
PERFIL DE PAULO ALEXANDRE
Nome: Paulo Alexandre Pinho Lopes
Data de nascimento: 29-01-1969
Naturalidade: Chaves, Portugal
Posição: Defesa Central
Clubes na carreira: GD Chaves (1989/1990 a 1998/1999), Aves (1999/2000), GD Chaves (2000/2001 a 2006/2007), Verín (2007/2008)