Fonte: GD Chaves

No futebol não se ganha por ter dinheiro, ganha-se por ser inteligente e competente. E quando quem toma as decisões no futebol não sabe o que está a fazer, não há dinheiro que valha. Rodeiem-se de quem percebe disto no país e talvez consigamos deixar de ser a maior pitstop de jogadores do país. Hoje damos uma lição de gestão desportiva à direção/administração!

DIRETORES DESPORTIVOS MUDAM MAIS QUE OS EQUIPAMENTOS

Agora avançamos para o último elo de instabilidade, que o texto também está a ficar longo: o diretor desportivo. Aqui vamos juntar também a falta de estrutura no departamento de futebol como um todo, mas comecemos pela cabeça. O diretor desportivo é um papel quase descartável no Desportivo, com vários nomes a sair e a entrar todos os anos como Carlos Adão, José Luís Gonçalves, Luís Agostinho, Paulo Grencho e, agora, Nélson Lenho, numa posição onde não se percebeu muito bem o que fazem ou deixam de fazer, tal é a rotação no cargo.

 

Usando a fatídica última época como exemplo outra vez, Paulo Grencho parecia um espantalho que ali andava a levantar a placa com as substituições e não é visível qualquer tipo de medida tomada por ele. Ele que devia ser o chefe da equipa de futebol, parecia não ter dedo em nada do que se passava no constante carrosel de jogadores. Noutros anos parece que não foi bem assim, mas talvez também isso diga muito do sucesso desportivo no final das temporadas.

 

O que a questão dos diretores desportivos nos mostra é que não há qualquer estrutura ou base no futebol profissional. O que interessa é arranjar jogadores que pareçam bons e logo se vê se corre bem. Aliás, não é por acaso que o melhor ano do Desportivo foi com um treinador que soube dar estrutura ao futebol profissional, com departamentos de scouting e uma atenção ao detalhe, coisa que parece que foi atirada ao lixo assim que Luís Castro seguiu para o Vitória de Guimarães.

 

Não se soube aproveitar as bases de Luís Castro e continua sem se saber construir uma equipa sem ser num corropio de entradas e saídas. É preciso ser inteligente e criar departamentos com pessoas competentes que saibam aplicar aquilo que se faz em clubes profissionais por todo o mundo, questões mais que divulgadas como um departamento de scouting que funcione, que encontre jogadores para os seniores e camadas jovens, ou departamentos de análise de dados, onde se apoiam nos números para conhecer os jogadores que aí vêm. Isto e muitos outros conceitos do futebol moderno parecem não entrar no Municipal de Chaves e, até lá, vamos andar nesta rotina: entra plantel, sai plantel, entra treinador, sai treinador e atira-se dinheiro para os problemas até eles desaparecerem.

 

No futebol não se ganha por ter dinheiro, ganha-se por ser inteligente e competente. E quando quem toma as decisões no futebol não sabe o que está a fazer, não há dinheiro que valha. Rodeiem-se de quem percebe disto no país e talvez consigamos deixar de ser a maior pitstop de jogadores e treinadores do país.

 

“Visto da Descoberta” é o editorial da Comunidade Azul-Grená. Às quartas-feiras, é comentado um tema do dia-a-dia do Grupo Desportivo de Chaves.

2 thoughts on “GD Chaves: A prova que sem projeto desportivo não se vai a lado nenhum

  1. O projeto desportivo vai das pessoas que vão enchendo a cabeça ao investidor!! ele de bola percebe zero e está mal rodeado, começando pelo genro….

  2. Gostei imenso da análise que foi aqui retratada. Estou plenamente de acordo com os pontos de vista e os alvos visados. Na realidade muita coisa terá de mudar para que a almejada subida de divisão venha a ser concretizada. Esperemos para ver se as coisas mudam na próxima época. Seria bom que os responsáveis do club e da SAD tivessem conhecimento desta exposição. Obrigado pelo empenho construtivo da pessoa que escreveu os textos. Boa noite.

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