Precisamente no dia em que o agora ex-capitão do Chaves foi anunciado na Polónia, o Desportivo apresenta aos adeptos o seu substituto, vindo do Benfica em definitivo mas com o passe dividido entre os dois emblemas.

 

Duraram poucas horas as dúvidas acerca de quem ocuparia o lugar deixado por Pedro Tiba no meio-campo do Desportivo de Chaves, com a administração da SAD a apresentar no primeiro treino da época o médio de 24 anos João Teixeira, vindo do Benfica mas que passou a última temporada emprestado ao Vitória de Setúbal, sob um contrato de quatro anos com os Valentes Transmontanos. Até agora, o percurso do jogador conta com várias experiências mas muita instabilidade, procurando agora estabelecer-se em Trás-os-Montes para mostrar todo o seu potencial.

 

O talento saído do Seixal que já passou por Inglaterra

 

João Rafael de Brito Teixeira, 24 anos feitos em fevereiro, nascido em Amora, começou o seu percurso no futebol no clube da terra mas cedo deu o salto para as camadas jovens do Benfica, apenas com 11 anos, e foi no centro de estágios do Seixal que completou a sua formação futebolística até conseguir o seu espaço na equipa B encarnada. Terminado o percurso na formação, apareceu logo com 19 anos na equipa treinada por Hélder Cristóvão para a época 2013/14, participando em 28 jogos e marcando um golo na época de estreia.

 

Na temporada seguinte tornou-se um dos indiscutíveis da equipa secundária do Benfica, realizando 39 partidas e marcando quatro golos na II Liga, isto numa equipa que tinha nomes no meio-campo como Rúben Pinto, Guzzo, João Amorim e Renato Sanches. As boas exibições na equipa B valeram-lhe a chamada à equipa principal para um jogo no estádio da Luz frente ao Leverkusen, para a Liga dos Campeões. Apenas entrou aos 87 minutos, é certo, mas deu para “picar” o ponto nos seniores encarnados.

 

A temporada 2015/16 acabou por ser mais atribulada para o jovem médio, que apenas ficou meia época nos encarnados (onde até voltou a ser convocado para os seniores, num jogo para a Taça de Portugal contra o Vianense), 13 jogos e um golo marcado, até ser emprestado ao Vitória de Guimarães no final do mercado de inverno. No Berço apenas realizou cinco jogos, dois como titular, foi expulso uma vez e marcou um golo já no fim do campeonato, numa goleada 4-1 contra o Moreirense.

 

A instabilidade no início da carreira voltou a notar-se na época seguinte, quando o Benfica decidiu emprestar o médio aos ingleses do Wolverhampton, na altura na II Divisão inglesa. Por terras britânicas, começou por ser um suplente utilizado muitas vezes na primeira volta, onde até conseguiu marcar dois golos com a camisola dos Wolves, mas em janeiro acabou por sair do estádio Molineux para ser novamente emprestado a outro clube britânico, o Nottingham Forest, onde nem chegou a jogar um minuto que fosse.

 

Após a atribulada aventura inglesa, voltou à Primeira Liga a mando do Benfica, que o voltou a emprestar, desta feita ao Vitória de Setúbal. No Bonfim a época foi bastante sólida, com muitos jogos a titular e mais de 2100 minutos jogados nos sadinos. Porém, entrou em conflito com José Couceiro e acabou por não jogar mais a partir de março, deixando o Vitória setubalense após 30 jogos realizados e três golos marcados.

 

A experiência agrídoce em Setúbal

 

Apesar dos números, aparentemente, aceitáveis de João Teixeira com a camisola do Vitória de Setúbal, a verdade é que a estadia foi tudo menos estável, culminando, como já dissemos, com um conflito com o treinador. Após uma temporada bastante sólida em termos de minutos jogados, apenas comparada com os tempos da equipa B do Benfica, o médio acabou por entrar em colisão com José Couceiro após ser substituído num jogo frente ao Portimonense, em pleno estádio do Bonfim, ao pontapear o banco de suplentes e trocar palavras menos agradáveis com os adeptos. Após esse episódio, o presidente sadino disse tratarem-se de “atitudes inaceitáveis” e, depois disso, o médio apenas voltou a jogar contra o Aves, acabando a época mais cedo para ser operado ao joelho.

 

Os próprios adeptos do Benfica viram com bons olhos a saída em definitivo do médio, já que lhe reconhecem qualidades mas colocam a capacidade mental do agora jogador do Chaves como o grande obstáculo no desenvolvimento de João Teixeira. Segundo a massa adepta encarnada, o médio tem a técnica e o potencial para ser um médio bastante sólido na Primeira Liga, mas que a falta de maturidade o prejudica e muito ao longo da temporada, quer em más decisões dentro de campo, quer a criar conflitos com os treinadores.

 

Porém, a chegada a Trás-os-Montes pode ser o catalisador que o antigo internacional sub-21 precisava para progredir na sua carreira, com uma estrutura sólida, um treinador competente e um contexto completamente diferente já que, pela primeira vez na sua carreira sénior, deixa de estar ligado à casa-mãe e passa a poder estar 100% focado no seu clube atual. João Teixeira tem todas as condições para se fazer um grande médio de azul-grená, falta é que o jogador deixe os fantasmas do passado para trás e coloque todas as suas forças na tentativa de evoluir sob o comando de Daniel Ramos.

 

Bio do jogador:

 

Nome: João Rafael de Brito Teixeira

Data de Nascimento: 06-02-1996

Posição: Médio-centro

Carreira: 2012-15: Benfica; 2015/16: Benfica e Vitória Guimarães; 2016/17: Wolverhampton e Nottingham Forest; 2017/18: Vitória Setúbal.

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