A contagem decrescente para o começo do campeonato já começou e há vários jogadores sedentos por se mostrarem além de um treinador novo, mas será o suficiente para uma época tranquila?

 

Depois de um fantástico 6° lugar e a melhor pontuação da história azul-grená na Primeira Liga, o Chaves viu saírem nove jogadores, dois titulares – Matheus Pereira e Domingos Duarte – voltaram ao Sporting após empréstimo, enquanto Davidson e Pedro Tiba saíram a troco de 1,3 milhões de euros no total.

 

Já em entradas, até ao momento, dez jogadores novos entraram no balneário do Municipal Eng.° Manuel Branco Teixeira, com destaque para Avto, Marcão, Luís Martins e Ghazaryan, jogadores na linha da frente para assumir a titularidade. Além destes nomes, também temos a aposta em jogadores que se destacaram no CPP, como João Paredes, Brigues e David Moura e ainda a aposta em Mika Borges, vindo da equipa B.

 

Mas será que o Desportivo de Chaves está preparado para a época que aí vem? Vamos analisar o plantel.

 

Guarda-Redes:

 

Pelo terceiro ano consecutivo, o Chaves manteve os experientes Ricardo e António Filipe nas suas fileiras, mudando apenas o terceiro guarda-redes após a saída de Emanuel Novo para o Varzim, substituído por João Kuspiosz, da equipa B. Pouco há a dizer nesta posição, já que mantiveram-se dois elementos bastante sólidos e que já muito deram ao Desportivo de Chaves, apenas ficando o senão de nenhum dos dois caminhar para novo, fazendo a renovação dos guardiões uma prioridade para a próxima temporada. Por agora, a baliza flaviense parece fechada a sete chaves.

 

Laterais:

 

Mantiveram-se os titulares, trocaram-se as segundas opções com a saída de Pedro Queirós e Furlan, ambos para o Estoril, e a entrada do lateral-direito Filipe Brigues, vindo do U. Leiria, e Luís Martins, ex-Marítimo.

 

Em temos qualitativos, a qualidade parece superior no plantel azul-grená esta temporada em relação com a última época, com Luís Martins a ser bastante mais sólido que Rafael Furlan e até rivalizando ferozmente com Djavan pela titularidade, e Brigues a ser um upgrade a Pedro Queirós, que parecia já estar ultrapassado e com a idade avançada.

 

Pelo que se viu na pré-época, os adeptos não precisam de se preocupar no caso de algum lateral ficar indisponível, já que há substitutos de qualidade e que têm mais que competência para manterem a coesão da equipa.

 

Defesas Centrais:

 

Sector que se esperava que fosse completamente renovado e que acabou por ver apenas uma contratação, duas se contarmos com a inscrição, finalmente, de Hugo Basto. Domingos Duarte voltou para Alvalade (de onde já foi recambiado novamente) e o Chaves acabou por ir buscar o defesa Marcão ao Atlético Paranaense, depois de ter estado emprestado pelos brasileiros ao Rio ave na última época.

 

De resto, o grande “reforço” acabou mesmo por ser a continuação de Nikola Maras em Trás-os-Montes, depois de uma temporada de alto nível na Primeira Liga. Assim o Desportivo fica com o central sérvio e Marcão como primeiras escolhas e a experiência de Nuno André Coelho e a capacidade defensiva de Hugo Basto prontas a aparecer em caso de indisponibilidade de algum dos titulares. Neste sector, diga-se, a qualidade subiu ao haver um suplente melhor que NAC e, em termos de titulares, manteve-se com Marcão a parecer um bom substituto de Domingos Duarte.

 

Médios Defensivos:

 

Numa situação algo caricata, o Chaves conseguiu, sem ter qualquer entrada e saída neste sector, perder qualidade em relação à época passada, isto porque Stephen Eustáquio parece contar apenas como médio-centro para Daniel Ramos, fazendo com que a titularidade seja entre Filipe Melo e Jefferson.

 

O trinco português, a caminhar para os 30 anos, parece vir a ser o titular no início do campeonato mas não conseguiu acalmar os adeptos transmontanos, que não conseguem estar sossegados com a falta de capacidade de construção do trinco. Como alternativa está Jefferson, um velho mal-amado dos flavienses que padece do mesmo problema de Filipe Melo: a capacidade de passe atroz faz com que seja bastante limitado na construção e baseie o seu jogo em passes para trás ou para o lado.

 

A solução poderia passar por Stephen, apesar da sua baixa estatura, voltar ao meio-campo defensivo, mas se o treinador não o utilizou nessa posição até agora, não deverá começar agora. Vamos ver como corre a temporada, as poderemos ter aqui a primeira posição a reforçar em janeiro.

 

Médios Centro:

 

Posição que contou com a saída de peso de Pedro Tiba, que rumou à Polónia, o Desportivo reforçou-se com três elementos para esta posição, com Bruno Gallo, David Moura (entretanto despromovido à equipa B) e João Teixeira a aparecerem no plantel flaviense. O médio ex-Benfica vem como substituto natural de Bressan sendo um jogador mais ofensivo, enquanto o veterano brasileiro vem para “fazer” de Tiba.

 

Além das caras novas, também Stephen Eustáquio parece ter subido no terreno com Daniel Ramos, fazendo a função de oito. Porém, parece ficar algo aquém das suas capacidades já não estar presente no processo defensivo, apesar de ter desempenhos bastante satisfatórios tal é a qualidade individual do internacional sub-21.

 

Já a continuidade de Bressan estabelece alguma continuidade à equipa mas ainda há dúvidas sobre se o bielorrusso terá a capacidade de ser tão decisivo como foi nas últimas duas épocas, já dando saudades aos flavienses os tempos em que o médio batia livres como se fossem penáltis.

 

Extremos:

 

A posição que mais reforços precisou para a próxima época, com apenas Perdigão a manter-se no plantel, recebeu nada menos que quatro caras novas. Depois de acabarem os empréstimos de Jorginho e Matheus Pereira e Davidson ser vendido ao Vitória SC, o Chaves foi buscar Avto à II Liga, Ghazaryan ao Marítimo, Mica Borges à equipa B e Niltinho veio do Brasil.

 

Ao longo da pré-época, Ghazaryan e João Teixeira foram saltando entre o centro do terreno e a ala, mas o arménio deve mesmo manter-se como extremo. Já Avto mostrou pormenores muito bons e espera-se que faça esquecer Davidson rapidamente enquanto Mica parece ter o talento mas falta-lhe calo.

 

De resto, há uma cara nova no plantel que pode ser a pedra que faltava ao ataque de Daniel Ramos: Niltinho assinou vindo do CSA, do Brasil, e espera-se que seja o extremo que o Desportivo tanto precisava. Vamos ver o que realmente vale o brasileiro.

 

Pontas-de-lança:

 

Na frente de ataque ainda há incógnitas. William e Platiny não se mostraram produtivos o suficiente na pré-temporada e João Paredes, contratado ao Vizela, foi despromovido à equipa B. Entretanto deverá chegar mais um ponta-de-lança a Trás-os-Montes, com o nome de Luiz Phellype, do Paços de Ferreira, a ser falado pela imprensa.

 

Falta ver quem chegará para fechar o ataque, mas por agora os avançados que transitam da época passada têm estado aquém do esperado e golos precisam-se urgentemente neste Chaves.

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