O Chaves tem desapontado e o treinador já está debaixo de fogo. O que fazer para mudar o rumo da equipa? Aqui estão algumas dicas.

 

Não estão nada famosas as exibições em Trás-os-Montes e começa a crescer a incerteza sobre Daniel Ramos ser a pessoa indicada para o lugar de técnico principal. Depois de nove jogos para o campeonato, o Chaves apenas conseguiu dois triunfos e um empate, ficando num desconfortável penúltimo lugar em vésperas de uma deslocação difícil a Alvalade onde, se o favoritismo do Sporting prevalecer, o Desportivo pode somar a sétima derrota na Liga NOS, a quarta consecutiva.

 

No meio das exibições agridoces, há uma constante na equipa de Daniel Ramos: a falta de um onze base. Até agora, só por três vezes repetiu o onze da jornada anterior, revelando uma instabilidade estranha para uma equipa que não tem sido “atacada” por lesões. Enquanto jogadores como Niltinho, Bressan e Perdigão vão entrando e saindo do onze, há outros jogadores que teimam em não sair das escolhas iniciais, independente da sua forma, como é o caso de Ghazaryan e Bruno Gallo.

 

O arménio começou a temporada a titular como extremo, mas cedo perdeu o lugar para jogadores com mais “pedalada” como Perdigão e Avto. Porém, aproveitou a lesão de Bressan para aparecer como titular a médio mais ofensivo, sendo decisivo no jogo contra o Benfica. Depois do encontro contra os encarnados, a forma de Ghaza tem caído e, inexplicavelmente, o regresso de Bressan fez Daniel Ramos meter o arménio novamente na… Ala e, tal como no início da época, voltou a ser inútil.

 

Depois há o caso de Bruno Gallo, o único médio-centro do plantel principal, que ainda não falhou um jogo apesar de ser um “pão sem sal” até agora. Sim, dá estabilidade ao meio-campo, mas é desnecessário tê-lo em campo quando Stephen Eustáquio consegue estabilizar o meio-campo sozinho. Aliás, no ano passado era precisamente essa a função do internacional sub-21, que permitia que Tiba e Bressan subissem no terreno sem problemas e a estabilidade do meio-campo defensivo mantinha-se.

 

Este ano não há Tiba, é certo, mas há um jogador que tem sido negligenciado e que pode muito bem ser o catalisador do futebol flaviense: João Teixeira. O médio português dá imenso à equipa quando entra e é a opção mais móvel para o meio e, com Bressan em baixo de forma e Ghazaryan inconstante, seria a solução ideal para a pouca produção ofensiva do Chaves.

 

Por fim, temos o problema dos alas. Perdigão não é jogador para defrontar todos os adversários, Niltinho ainda tem que se adaptar o futebol português e Avto está sozinho como o extremo mais constante da equipa. Porém, o peso da criação ofensiva não pode estar todo no georgiano, faltando claramente uma nova opção para extremo. Como ainda falta algum tempo até janeiro, não há mal nenhum em Daniel Ramos começar a recorrer aos craques em potência que estão na equipa satélite, com Mika à cabeça.

 

Em suma, o treinador não está a conseguir tirar o melhor dos recursos que tem e é preciso que saiba que, para mexer no onze tanta vez, tem de tirar peças menos boas e colocar os melhores disponíveis. Esperamos por mudanças nas escolhas e, consequentemente, nas exibições do Desportivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

P