Estávamos em março de 2002. O Desportivo de Chaves chegava à jornada 28 da Segunda Liga no 6.º lugar e a nove pontos do Nacional, última equipa a ocupar os lugares de subida. Uma época de qualidade tendo em conta que, fora do campo, havia grandes dificuldades da direção de Baltazar Ferreira em pagar aos jogadores, com a equipa a entrar em campo com dois meses de salário em atraso.

 

Colocadas de parte as dificuldades na tesouraria, o então técnico António Borges lançou de início Nuno Ricardo na baliza; Baigorria, Auri, Alexandre e Lino na defesa; Ricardo Chaves, Héctor González e Raúl Otxoa no meio-campo; Isidro e Jacques nas alas, enquanto Arrieta era o ponta-de-lança da equipa nessa tarde.

 

O Desportivo entrou em campo a todo o gás e, logo aos dois minutos, Arrieta abriu o marcador num bom lance individual e a aproveitar um falhanço do defesa da Académica Dyduch. Não foi preciso esperar muito para ver o segundo golo flaviense, agora com Ricardo Chaves a aproveitar uma falha de Luís Cláudio para faturar aos 11 minutos. Aos 23′, mais um golo – e que golo – para o conjunto azul-grená. Otxoa e Lino fizeram tabelas desde o meio-campo do Chaves e, à entrada da área, o espanhol rematou forte ao ângulo superior esquerdo da baliza dos estudantes.

 

Os Valentes Transmontanos estavam a todo o gás na primeira parte e ainda conseguiram marcar mais três golos até ao intervalo. Arrieta bisou na partida aos 31 minutos, seguido pelo golo de Jacques cinco minutos depois. Já em cima do descanso, também Raúl Otxoa bisou na partida e o Desportivo de Chaves voltou aos balneários a golear por uns impressionantes 6-0.

 

A segunda parte, como é natural, foi mais calma por parte dos comandados de António Borges, que mesmo assim reclamaram uma grande penalidade logo aos 51 minutos, após puxão a Jacques na área da Académica, mas o árbitro nada assinalou. Foi já aos 70 minutos que o Desportivo fechou o resultado, com Jacques a bisar no desafio e a garantir o triunfo por 7-0.

 

Depois foi gerir a goleada, com Cesinha, João Alves e Tony a serem lançados para os lugares de Jacques, Raúl Otxoa e Alexandre. Mas o resultado não se alterou e o conjunto azul-grená garantiu a vitória sobre a equipa que seria campeã da Segunda Liga nessa temporada.

 

Ficou assim marcada uma das maiores goleadas da história do Grupo Desportivo de Chaves, num triunfo sobre um clube histórico do futebol português.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

P