Em junho de 1986 jogou contra Maradona no Mundial. Em setembro do mesmo ano estreava-se com o manto azul-grená em pleno Municipal de Chaves e três anos depois saía para o Minho como o melhor marcador da história do Desportivo. Este é Radi, o melhor de sempre de Chaves ao peito.

 

Radi ao serviço do GD Chaves

 

No verão de 1986 o Desportivo de Chaves, então treinado por Raúl Águas, recebia um reforço de peso vindo da Europa de leste: Radoslav Zdravkov. aos 30 anos e com um longo currículo ao serviço do CSKA Sófia e da seleção búlgara, o atacante conseguiu finalmente autorização do estado comunista para sair do seu país-natal para se aventurar no futebol português ao serviço dos Valentes Transmontanos.

 

Em três anos de Chaves ao peito, Radi tornou-se numa lenda do Desportivo, com golos atrás de golos e, 30 anos depois, continua a ser o melhor artilheiro da história azul-grená.

 

O começo da aventura em Trás-os-Montes começou de forma peculiar, logo com a chegada a Portugal a ser inusitada não fosse Radi, que não sabia falar português, a aterrar em Lisboa e não no Porto, onde responsáveis do Chaves o esperavam.

 

Já no futebol propriamente dito, o goleador búlgaro marcou o seu primeiro golo na terceira jornada diante do Farense em casa, só que na baliza errada, oferecendo o empate aos algarvios no final do primeiro tempo, acabando por ser César a marcar o golo da vitória por 3-2 já na segunda parte.

 

Na quarta jornada, abriram-se as comportas goleadoras de Radi com um golo ao Elvas em pleno Alentejo.

 

Seguiram-se mais 10 golos na temporada de estreia, com FC Porto e Benfica a sofrerem com a finalização do atacante búlgaro, o que levou o Desportivo a conseguir a primeira qualificação europeia da sua história com um quinto lugar fantástico.

 

Radi, à esquerda, ao serviço da seleção da Bulgária, que participou no Mundial’86

 

Na segunda temporada de azul-grená, juntou-se a Radi outra estrela búlgara, Georgi Slavkov, Bota de Ouro europeu seis anos antes, e os dois conterrâneos formaram uma das duplas mais letais da história azul-grená, o que tornou Radi Zdravkov ainda mais goleador, com 22 golos em 41 jogos pelos Valentes Transmontanos, duplicando o registo na temporada de estreia no campeonato português e com um hat-trick e quatro bis a serem assinados por Radi, incluindo um golo na Taça UEFA.

 

A terceira temporada em Chaves não foi tão produtiva, quer para Radi, quer para o Desportivo, que após a saída de Raúl Águas para o Sporting, foi comandado pelo recém-reformado guarda-redes Fonseca, que levou a equipa a um pouco espantoso 13º lugar, apesar de conseguir chegar aos quartos-de-final da Taça de Portugal.

 

Porém, Radi continuou a ser o grande motor goleador do Desportivo de Chaves com 12 golos, incluindo um estonteante póker contra o Académico de Viseu, que deixou o avançado búlgaro como o maior artilheiro da história do Chaves com 45 golos em três temporadas, marcando o seu derradeiro golo de azul-grená numa derrota por 4-2 no estádio do Restelo, seguindo para o Sp. Braga no final da época.

 

30 anos passaram desde que Radi Zdravkov pisou e encantou pela última vez o relvado do estádio Municipal de Chaves, mas a lenda búlgara continua a estar no topo dos goleadores flavienses.

 

Desde então, Arrieta, Luís Barry e Kuca estiveram relativamente perto de destronar o astro de leste, com 35 golos para o espanhol e para o cabo-verdiano, enquanto o ponta-de-lança português conseguiu 38 tentos de azul-grená, mas o maior de todos ainda é Radi, o maior goleador nos 69 anos de Grupo Desportivo de Chaves.

 

PERFIL DO JOGADOR

 

Nome: Radoslav Metodieve Zdravkov

 

Data de nascimento: 30-07-1956

 

Naturalidade: Sófia, Bulgária

 

Posição: Avançado

 

Clubes na carreira: Lokomotiv Sófia (1973/1974 a 1979/1980), CSKA Sófia (1980/1981 a 1984/1985), CFKA Sredets (1985/1986), GD Chaves (1986/1987 a 1988/1989), SC Braga (1989/1990), P. Ferreira (1990/1991), Felgueiras (1991/1992), FC Yantra (1992/1993), Litex (1993/1994)

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