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O Desportivo regressa a casa para o segundo encontro com um “grande” no Municipal esta temporada e fará de tudo para complicar as contas portistas pelo título.

 

Depois de uma vitória importante frente ao Feirense, os Valentes Transmontanos regressam a Chaves para defrontar o atual líder da Primeira Liga, num dos jogos mais complicados da temporada. O Desportivo vem motivado, mas com o péssimo historial esta temporada diante dos chamados grandes. Mas o que podemos esperar desta partida?

 

Desportivo ligeiramente desfalcado, mas cheio de confiança 

 

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O Chaves acaba por ter alguns contra-tempos no plantel. Para além da ausência já habitual de Patrão, lesionado, também Jefferson e Djavan estiveram presentes no departamento médico esta semana, sendo Jefferson o caso mais delicado com o trinco a não subir sequer ao relvado, enquanto que o lateral brasileiro tem trabalhado condicionado. Confirmadas estas cartas fora do baralho, avista-se o regresso à titularidade de Filipe Melo ou a continuação de Stephen Eustáquio no onze de Luís Castro, mas acreditamos que a escolha recairá no trinco de 28 anos, já que conta com mais experiência e é uma opção mais segura e com mais “físico” em comparação com o jovem ex-Leixões.

 

Seja como for, o resto do onze de permanecer inalterado em relação ao que tem sido habitual nos Valentes Transmontanos, com Pedro Tiba a recuperar a titularidade (esteve fora do jogo com o Feirense por lesão). Há, no entanto, uma dúvida que se instala no plantel: quem será o guarda-redes titular. Depois dessa escolha ter recaído em Ricardo durante boa parte da temporada, a verdade é que o veterano guardião ex-FC Porto não mais calçou as luvas desde a deslocação a Alvalade, perdendo o lugar para António Filipe. Apesar de ter sido bastante seguro nas 12 jornadas em que foi titular, Toni está a acumular vários erros nos últimos encontros, com especial realce para a partida em Santa Maria da Feira, onde o guarda-redes foi mal batido no golo local. Esta quebra de António Filipe não é muito surpreendente sequer porque o guardião tem o perturbador hábito de perder segurança quando começa a ser indiscutível na baliza e, depois de 13 jogos consecutivos na baliza do Desportivo, começam a aparecer as desconcentrações no jogador de 32 anos.

 

O que podemos esperar de certeza é um Chaves igual a ele próprio, sem apostar no pontapé para a frente e a jogar cara-a-cara com o atual líder da Primeira Liga. O jogo de posse continuará certamente e um Porto que se apresenta desfalcado poderá ter grandes dificuldades em passar em Trás-os-Montes. No entanto, é preciso toda a gente, do guarda-redes ao ponta-de-lança, do treinador ao fisioterapeuta, ter uma exibição 10/10 se queremos causar uma surpresa. Se há jogo para todos mostrarem merecerem o salário que recebem, é este.

 

O que esperar do FC Porto

 

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Os portuenses vêm de uma vitória a meio da semana contra o Sporting, jogo complicado e exigente, mas acabaram por cima. Podíamos dizer que esse jogo na quarta-feira é uma vantagem para nós por causa do cansaço e tal, mas não parece que isso venha a ter real influência nesta partida, além de já termos provas esta época de não nos safarmos contra equipas com menos descanso que nós (Rio Ave e Vitória de Setúbal são dois exemplos). No entanto, se há campo para o Porto perder terreno na luta pelo título, o Municipal é a deslocação idela para se dar essa derrapagem azul e branca, ainda para mais quando se espera uma forte onda azul-grená no estádio e um número de tuttis substancialmente inferiores aos presentes no jogo contra o Benfica.

 

Apesar de tudo, o nosso historial contra “grandes” não é o melhor esta temporada, com quatro derrotas em quatro jogos e, principalmente, com 12 golos sofridos e apenas um marcado contra os candidatos ao título. É certo que só jogámos contra uma dessas equipas em casa até agora (derrota por 0-1 contra o Benfica) e foi tão no início da temporada que é difícil retirar alguma conclusão ou até ter alguma pista sobre o que esperar do Desportivo de Chaves. Se formos ver o histórico de jogos em casa diante dos portistas, os resultados são bastante pouco animadores: apenas uma vitória (2-0 na época 1988/89, com golos de Radi e Gilberto), um empate (2-2 em 1997/98, golos de Cuc e Vieira) e umas estrondosas 21 derrotas. Podemos abrilhantar este histórico com a glória na Taça de Portugal da última época, onde o Desportivo levou o Porto a cair no desempate por grandes penalidades, numa noite de glória em Trás-os-Montes, mas o confronto direto continua claramente negativo e com pendor para o lado da Invicta.

 

A verdade é que nunca ninguém perdeu um jogo antes de entrar em campo e se na época passada conseguimos deixar o Porto de fora da Taça, agora vamos tentar fazer igual, com um plantel cada vez mais coeso a cada dia que passa e com uma frente de ataque extremamente inspirada e a todo o gás, algo que não foi possível apresentar, por exemplo, no Estádio do Dragão na primeira volta, jogo que perdemos por 3-0, sim, mas que deixámos os portistas a suar e a temer pelos três pontos.

 

O FC Porto vem com as suas maiores armas como Brahimi, Aboubakar e o maldito Marega, que nos tirou o sonho do Jamor na época passada, mas também vem com uma peça essencial a menos: Danilo está lesionado e os azuis e brancos não têm um tampão no onze, pelo que são uma equipa que pode ficar frustrada com pouco, basta as coisas não saírem bem lá na frente.

 

Posto isto, o ponto mais forte do Chaves combina com o ponto mais fraco dos visitantes, que podem ser apanhados em contra-pé várias vezes já que os laterais sobem imenso para apoiar o ataque, mas também pode ser essa avalanche ofensiva a contrariar os planos de Luís Castro: calha o Porto marcar cedo, e vai tudo por água abaixo do lado do Chaves, algo que foi visível nas deslocações à Luz e a Alvalade por exemplo, onde nunca conseguimos fazer o nosso jogo depois de sofrermos antes da meia-hora de jogo. Se queremos ultrapassar os comandados de Sérgio Conceição há que, acima de tudo, não sofrer cedo.

 

Prognóstico

 

É difícil fazer-se um prognóstico para esta partida porque tudo é possível: tanto pode dar pontos para o Desportivo, como dar uma derrota desastrosa para o conjunto azul-grená ou até o FC Porto perder a corrida pelo 1º lugar com um desaire inesperado em Trás-os-Montes. Todos os cenários estão em cima da mesa, mas qualquer resultado positivo para o Chaves está invariavelmente dependente de um golo sofrido cedo. Se o Porto marcar antes da meia-hora, como já dissemos, vai tudo por água abaixo e não dúvido que será uma tarde para esquecer do lado flaviense mas, por outro lado, se conseguirmos chegar à segunda parte empatados, há boas possibilidades de batermos um adversário cada vez mais nervoso com o passar dos minutos, enquanto o Desportivo vai ganhando mais confiança por cada minuto que não sofre um golo. Mais uma vez, se queremos fazer a surpresa, o segredo é não sofrer cedo.

 

Posto isto, aponto um empate com sabor a vitória para o nosso Desportivo de Chaves, com golo de William para o nosso lado. Se conseguirmos um resultado positivo, certamente será por muitos poucos golos, por isso, aqui fica o prognóstico de um empate a uma bola no Municipal.

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